Empresas querem mudar normas para ampliar receitas
de PPPs de iluminação pública.
Objetivo é usar
contribuição cobrada em contas de luz para custear outros serviços.
Empresas
contratadas nos últimos anos para modernizar a iluminação pública de várias cidades por
meio de parcerias público-privadas estão se articulando para tentar mudar
normas aplicadas aos projetos.
O objetivo é
aproveitar a infraestrutura dos parques de iluminação para oferecer mais
serviços e assim aumentar suas receitas.
A mobilização das empresas envolve
ações no Congresso, nas prefeituras e em bancos oficiais que têm ajudado os
municípios a pôr de pé as PPPs.
As empresas querem
alterar a legislação que regula a Contribuição para Custeio do Serviço de
Iluminação Pública, criada em 2002 para cobrir as despesas das prefeituras e
cobrada nas contas de luz dos consumidores.
As regras vigentes impedem que o
dinheiro seja usado para custear outros serviços.
Segundo as
empresas, mudanças nas normas do tributo permitiriam usar o dinheiro para
instalar câmeras de segurança, semáforos inteligentes e antenas para conexão
sem fio com a internet nos postes da iluminação pública, gerando benefícios
para a população e mais receitas para os projetos.
Embora muitas PPPs permitam a busca de receitas
complementares, restrições legais e imprecisões dos contratos criam insegurança jurídica, diz Miguel Noronha, diretor da BMPI, responsável
pela iluminação de Belo Horizonte, e coordenador de um grupo de estudos sobre o
tema criado pela Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de
Base).
Segundo a consultoria Radar PPP, foram assinados 56 contratos
para manutenção e modernização de iluminação nos últimos anos e existem cerca
de 400 projetos em andamento no país, incluindo iniciativas anunciadas pelas
prefeituras e parcerias em estágios de desenvolvimento mais avançado.
FOLHA DE SÃO PAULO