Multinacionais estão otimistas
com operação no Brasil e esperam alta nas vendas
Levantamento
feito pela Folha com cem empresas mostra cerca de 80% de menções positivas ao
país
O
humor das multinacionais que atuam no Brasil tem demonstrado sinais otimistas
diante de um cenário de redução nas expectativas de inflação e
perspectivas positivas sobre temas como a Reforma Tributária e o arcabouço fiscal.
Levantamento
feito pela Folha a partir de teleconferências realizadas em
maio e junho por cem multinacionais que atuam no Brasil identificou comentários
positivos por parte dos executivos em 80% dos casos.
Os outros 20% que citaram
o país em suas declarações durante os eventos apontaram queixas ou algum tipo
de preocupação.
O
termômetro das multinacionais aponta boas perspectivas de vendas no país em
áreas como alimentação, tecnologia, suprimentos agrícolas e medicamentos.
Elas
celebram melhoras na inflação e no poder de compra da população, assim como a
perspectiva de uma boa safra agrícola neste ano e de um
aumento da demanda chinesa, que avança em seu processo de reabertura
pós-Covid.
São declarações como as de Tim Cook, CEO
da Apple, que relatou um desempenho "estelar" em mercados emergentes
de modo geral, com recordes trimestrais no Brasil, Índia e Malásia. Ele
destacou bons resultados especialmente em serviços e nas vendas de iPhones.
Companhias de alimentos e bebidas como Kellogg
(dona da marca Pringles), Hormel Foods (da Ceratti), a gigante cervejeira AB
Inbev e a Brown-Forman (do uísque Jack Daniel’s) são algumas das que relatam
crescimento de vendas ou apontam confiança nos próximos meses.
Entre as razões mais prováveis para a
confiança, o professor do Insper Guilherme Fowler cita as expectativas pela Reforma Tributária, agora aprovada pela
Câmara dos Deputados, além do
reposicionamento da imagem do Brasil no mundo após a troca de governo e outros
aspectos do ambiente econômico.
Essa evolução se espelha na queda das
estimativas de analistas para a inflação e percepção de maior afrouxamento
monetário neste ano, com melhora na previsão de crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto).
FOLHA DE SÃO PAULO