MERCADO DE TRABALHO


Mercado financeiro precisa de mais profissionais formados em humanas.

Demonização da área debilitou nossa capacidade de fornecer múltiplas interpretações.

"Quais os possíveis impactos das alterações climáticas na gestão de uma carteira de investimentos?" 

Esta foi uma das perguntas que 80 dos meus alunos tiveram que responder recentemente no exame final da cadeira em finanças sustentáveis, diz Rodrigo Tavares, Fundador e presidente do Granito Group

79 alunos, oriundos de todo o mundo, exímios em cálculo financeiro, debruçaram-se sobre como o risco climático poderá impactar o cálculo do Índice Beta. 

Outros olharam para a história e mencionaram o relatório Stern, um estudo encomendado pelo governo britânico sobre os efeitos das alterações climáticas na economia global nos próximos 50 anos. 

Alguns fizeram projeções de cenários futuros. Vários fizeram uma diferenciação de acordo com a classe de ativos. A maioria das respostas foi um repasto de sabedoria.

Mas a aluna que teve nota máxima foi a única que respondeu que as alterações climáticas poderão, em alguns casos, não impactar a gestão de ativos financeiros.


Utilizou todas as referências que aprendeu na sala de aula para deixar as suas impressões digitais numa visão contrastante e densamente argumentada. 


Abdicou de ser um mero canal de transmissão e passou a ser um veículo de emissão de informação original. Pensou, não memorizou ou calculou.

Os alunos que terminam agora os seus estudos em escolas de negócios mudarão de emprego, e possivelmente de área profissional, 7 ou 8 vezes. 

São a materialização de um mundo globalizado em constante agitação.

Ao invés de treinarmos os alunos para memorizarem a verdade, temos que inspirá-los a criá-la; em oposição ao cultivo de uma única especialidade, temos que fecundar a sua capacidade de adaptação; para superar o seu natural autocentrismo, temos que dar-lhes a oportunidade de experimentarem as ansiedades de terceiros.

Conhecimentos STEM –Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática – continuam sendo fundamentais, mas o Fórum Econômico Mundial destaca que entre as 10 habilidades mais valorizadas no futuro estarão também a capacidade de analisar criticamente e de resolver problemas; a capacidade de mostrar iniciativa, inovação e criatividade; e a capacidade de ser flexível, tolerante e resiliente.

 



FOLHA DE SÃO PAULO
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