Incluído
entre as prioridades, o Plano Nacional de Fomento à Poupança Previdenciária,
proposto pela Abrapp e suas associadas à sociedade brasileira, não passa semana
sem algum avanço. Dois estudos já foram contratados e decidida a
mobilização das Comissões Técnicas para facilitar uma ainda maior
divulgação e, como consequência dela, uma crescente adesão de apoiadores e
patrocinadores. Reunião do Grupo de Trabalho que conduz o assunto, dias atrás,
mostrou o ritmo em que isso vem acontecendo.
O nome do
Plano, voltado para o fomento da poupança previdenciária , ajudará sobremaneira
a sociedade brasileira a entender a sua urgência, uma vez que a falta de
poupança doméstica é de longe uma das maiores carências do País e em larga
medida razão determinante das muitas outras de que o Brasil se ressente e o
condena a uma infraestrutura inadequada e a uma economia carente de capitais
para decolar. Os nossos fundos de pensão administram um patrimônio equivalente
a 13% (R$ 740 bilhões) do PIB brasileiro, algo muito abaixo dos mais de 70% do
PIB que são praticamente a regra entre os pension funds das nações mais
desenvolvidas, o que quer dizer que adequadamente fomentados os daqui poderão
assumir igual papel indutor de crescimento econômico que se observa no
exterior.
Futuro em
construção - É nesse futuro que aposta o Plano Nacional de Fomento à
Poupança Previdenciária que a Abrapp desenhou e suas associadas endossaram.
E a construção já começou e vai caminhando. Já foi contratado o estudo acerca
dos impactos econômicos das medidas tributárias que preconizamos com vistas ao
fomento, isto é, o que o governo vier eventualmente a arrecadar a menos
resultará, na outra ponta, em gastos menores com os incentivos para a economia
crescer e com o INSS, que poderia dividir com os fundos de pensão a tarefa de
preservar a renda dos aposentados. Diga-se, aliás, que a maior parte das
alterações na tributação já se encontra incluída em 10 projetos de lei que,
como fruto de ações da Abrapp, tramitam na Câmara dos Deputados, apenas
necessitando de maior embasamento técnico para melhor encaminhamento.
Também já
foi objeto de contrato o estudo de mapeamento do potencial de expansão de
nosso sistema, dando assim continuidade ao trabalho desenvolvido pelo IBRE/FGV,
de maneira a melhor identificarmos onde se encontram e como podem ser
alcançadas as 3,7 milhões de pessoas que se mantém fora do sistema, mesmo
tendo potencial para dele participar.
As
Comissões Técnicas também estão sendo mais envolvidas no Plano. Estas receberão
nos próximos dias pedido para inclusão do tema na pauta de suas próximas
reuniões, algo não só relevante para a disseminação do projeto, quanto para a
natural e valiosa contribuição das CTs. E lembrando que elas poderão orientar
seus programas de trabalho também nessa direção.
Novo
modelo - Como parte do andamento do Plano, avançamos também na
discussão do modelo previdenciário, o tipo de debate que temos levado aos mais
variados fóruns. Neles a Abrapp defende a construção de uma nova modelagem que
traga conceitos de equidade, mas que vá além de medidas paramétricas. O que
buscamos é uma nova estrutura que traga a desoneração do Estado, uma
maior solvência da Previdência Social e a expansão da Previdência Complementar.
“Precisamos
fugir das mudanças pontuais e pensar mais em tratar do modelo previdenciário
que desejamos”, define o Presidente José Ribeiro Pena Neto, referindo-se a um
pensamento amplo que conduza ao mesmo tempo ao crescimento do sistema de fundos
de pensão.
“Percebemos
claramente que os fundos de pensão alinham-se como solução para alguns dos
maiores problemas sociais e econômicos do País”, resume José Ribeiro.
Simplesmente não há qualquer motivo aceitável para se adiar esse passo na
direção do fomento e consequente incremento da poupança previdenciária,
repetindo o que já fizeram tantos países que admiramos, nota ele. No seu
entender, não se vai conseguir avançar de fato sem uma discussão ampla que
resulte em uma reforma estrutural, uma vez que não será com pequenos reparos
que se irá resolver os problemas atuais.
Diário dos Fundos de Pensão