Clínicas usaram até banco de
fachada por reembolsos da SulAmérica
Em
campanha contra abusos, operadora de saúde foi à Justiça contra fraudadores
Após conduzir uma investigação, a SulAmérica processou uma rede de clínicas e laboratórios de São
Paulo, que montou um esquema fraudulento envolvendo um banco de fachada para
receber reembolsos com exames desnecessários e sem pedido médico.
Na petição ao Tribunal de Justiça de São Paulo, a operadora explicou que os funcionários das
clínicas induziram os beneficiários dos planos a assinarem um contrato e a
informar login e senha de acesso ao plano de saúde.
O objetivo era fazer o chamado reembolso assistido, em que a
clínica realiza todo o pedido em nome do cliente.
Com os dados em mãos e sem o conhecimento dos
beneficiários, os laboratórios solicitaram reembolso
com o valor máximo de cobertura na
tabela do plano, inclusive de exames que sequer tinham sido realizados.
Também obtiveram a assinatura dos clientes em um
termo de cessão de direitos para que pudessem receber o pagamento por eles.
O suposto reembolso ao cliente seria feito por
meio de um banco.
Segundo a SulAmérica, a instituição não tinha autorização
do Banco Central. Na verdade, tratava-se de uma consultoria de
tecnologia registrada na Junta Comercial de São Paulo.
Apesar de possuírem endereços próprios, as duas clínicas e o
banco de fachada operam no mesmo escritório, em São Paulo. O telefone de
contato informado no site também são os mesmos.
Em caso de recusa do reembolso pela SulAmérica, as
clínicas utilizavam os nomes dos segurados para protocolar reclamações na ANS
(Agência Nacional de Saúde) como forma de pressionar a companhia a cobrir o
valor do exame.
Durante a investigação, a SulAmérica também
descobriu que os clientes sequer sabiam que estavam registrados como
correntistas no sistema do suposto banco.
FOLHA DE SÃO PAULO