Mercado financeiro está pouco engajado com agenda
sustentável, mostra pesquisa
Levantamento
da Anbima indica que a maioria das instituições brasileiras estão distantes ou
iniciando jornada verde.
O mercado financeiro brasileiro ainda está longe de
ter um perfil engajado com a sustentabilidade.
Apesar da onda ESG (boas práticas ambientais,
sociais e de governança, na sigla em inglês), instituições do setor —como
bancos, corretoras e gestoras de recursos— são consideradas distantes ou
iniciantes nessa jornada.
É o que mostra um levantamento feito pela Anbima (Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha e
a consultoria Na Rua.
Com o objetivo de entender em qual estágio o
mercado brasileiro está na agenda sustentável, a entidade ouviu 265 empresas
entre janeiro e julho de 2021.
Cinco perfis de instituições financeiras foram
identificados: desconfiado, distante, iniciado, emergente e avançado.
Segundo a pesquisa, o perfil distante lidera o
ranking, com 35% da amostra.
As companhias enquadradas nessa categoria são
aquelas com baixa implementação de práticas sustentáveis e
uma visão simplificada sobre o tema —entendendo-o como um compromisso exclusivo
com o meio ambiente.
A maioria das empresas nesse perfil são gestoras de
recursos (81%), com média de R$ 2,3 bilhões em ativos sob gestão.
Além disso,
metade das distribuidoras e corretoras que participaram da pesquisa foram
consideradas distantes em relação à sustentabilidade.
As práticas, contudo, ficam restritas ao ambiente
interno do escritório e não são consideradas na hora de fazer negócios.
De
acordo com o levantamento, uma parcela significativa dos bancos (40%)
encontra-se nesse perfil.
Juntas, as instituições financeiras consideradas
distantes ou iniciadas representam 67,1% da amostra.
FOLHA DE SÃO PAULO