Brasil deve ter menor crescimento entre as dez
maiores economias do planeta
Estudo da FGV com
dados do FMI mostra que França e Reino Unido sem aproximarão do país em 2021.
O Brasil terá o
pior desempenho econômico entre as dez maiores economias mundiais, considerando
o critério da PPC (paridade de poder de compra), que reflete as diferenças de
custo de vida entre os países.
É o que mostra um
estudo feito a pedido da Folha pelos economistas Claudio
Considera e Juliana Trece, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas), com base em dados e projeções do FMI (Fundo Monetário
Internacional) divulgados em abril.
Se for considerado
o tamanho das economias mundiais com base na PPC, o Brasil deve manter em 2021 a 8ª posição pelo terceiro ano
seguido. Em 2018, era o sétimo colocado.
Em 2020, o Brasil
conseguiu reduzir a distância para a maioria dos países que estão à sua frente,
exceto em relação a China e Indonésia, que tiveram desempenho econômico melhor.
Em 2021, as sete
maiores economias do planeta terão performance superior à brasileira, segundo a
estimativa do FMI, que é mais otimista que a do governo brasileiro.
No ano passado, o
Brasil teve uma queda do PIB de 4,1%, acima da média mundial de 3,3%, e uma
desvalorização da sua moeda de cerca de 30%, um dos piores desempenhos
internacionais.
Em 2021, o câmbio
não deve se desvalorizar tanto. No ano passado, o real passou de R$ 4,03 para
R$ 5,20.
As expectativas de mercado indicam uma taxa de R$ 5,40 no final deste
ano.
As projeções do FMI também mostram que o Brasil
recuou no ranking global dos países com maior PIB
per capita em 2020 e deve
continuar a perder posições nos próximos anos.
A queda do Brasil no ranking
ocorre pelo menos desde 1980, quando o país estava entre os 50 maiores. Em
2020, ficou com a 85ª posição entre os cerca de 195 países para os quais há
dados.
FOLHA DE SÃO PAULO