Danos
à saúde mental.
O
home office vem mostrando efeitos colaterais, especialmente sobre o
estado emocional dos trabalhadores.
“Jornadas fora de nexo, que chegam a
ultrapassar dez horas, sem que se determine exatamente quando começa ou termina
o expediente, isso tem sido custoso para os trabalhadores”, diz Christian
Dunker, psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP.
A exposição
permanente ao conflitos entre o público e o privado afeta desde a alimentação
até a libido e o próprio prazer de viver, explica a especialista.
Os
excessos causados pela pandemia também estão intimamente ligados a questões de
gênero.
Segundo pesquisa do Instituto de Psiquiatria da USP, trabalhar em casa
aumentou a jornada em até 65%,, vitimando principalmente as mulheres.
As
empresas sentem que a saúde mental mostra-se uma questão de cada vez maior
peso, afirma Leandro Pereira Garcia, gerente sênior de gestão de saúde
populacional na Amil /UHG.
Uma
pesquisa recente feita pela Fundação Dom Cabral (FDC) e Talenses Group, obtida
com exclusividade pelo Valor, indica que a pandemia prejudicou a saúde mental
de 73,8% dos 573 profissionais entrevistados.
Do total, 40% ocupam posições
gerenciais e 20,5% são diretores, VPs, C-Level ou conselheiro.
Importante
desafio da gestão empresarial, principalmente em um momento em que as
companhias são cada vez mais cobradas pela sociedade em relação a ética e
integridade, os desvios de conduta foram identificados nos últimos quatro anos
por 80% das empresas participantes da pesquisa “Riscos de Conduta”, realizada
pela consultoria Deloitte.
As
denúncias mais frequentes dentro das empresas durante o período envolviam
apropriação indevida e fraudes (69%), assédio moral (63%), violação de normas e
leis (56%) e corrupção (44%).
O ESTADO DE SÃO PAULO