MERCADO DE TRABALHO


Renda média atinge menor nível em quase 10 anos, diz IBGE.

Valor de R$ 2.459 é o mais baixo para o terceiro trimestre; queda foi de 11% em relação ao ano passado.

A renda média do trabalho voltou a recuar no Brasil e atingiu o menor valor para o terceiro trimestre na série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Os registros da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) começaram em 2012.

No terceiro trimestre, o rendimento real habitual dos ocupados foi estimado em R$ 2.459, apontam dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo instituto. 

Em relação ao terceiro trimestre do ano passado (R$ 2.766), a queda foi de 11,1%, a maior da série.

Antes da divulgação desta terça, o menor valor para o período de julho a setembro havia sido registrado em 2012. À época, a renda foi de R$ 2.462.

O recuo coincide com o retorno dos trabalhadores informais ao mercado, aponta o IBGE. Essa parcela costuma ter rendimento mais baixo, o que ajuda a empurrar a média para nível inferior.

Na fase inicial da pandemia, os informais foram atingidos em cheio por restrições a atividades econômicas e sociais. 

Agora, com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a redução de medidas de auxílio à economia, voltam ao mercado.

disparada da inflação também pesa sobre a queda da renda média. Isso ocorre porque o IBGE leva em conta o comportamento dos preços na hora de calcular o indicador no país.

Na análise de todos os quatro trimestres padrões do calendário, a marca mais baixa da série foi registrada entre janeiro e março de 2012. 

Na ocasião, o valor atingiu R$ 2.438, um pouco inferior ao dado mais recente.

Conforme o IBGE, a taxa de informalidade alcançou 40,6% da população ocupada no terceiro trimestre. São 37,7 milhões de trabalhadores sem carteira assinada ou CNPJ.

A maior taxa foi registrada no terceiro trimestre de 2019: 40,9%. Com a pandemia, o indicador chegou a cair para 36,5% no segundo trimestre de 2020.

O retorno dos informais ao mercado ocorre no momento em que o bolso dos trabalhadores é impactado pela escalada do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial de inflação do país.

No acumulado de 12 meses até outubro, período mais recente com dados disponíveis, o índice teve disparada de 10,67%. É a maior alta acumulada desde janeiro de 2016 (10,71%).



FOLHA DE SÃO PAULO
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