Incertezas
fazem subir os juros no longo prazo.
A
explosão da dívida pública e a deterioração das contas do governo, provocadas
pelos gastos destinados ao combate dos efeitos econômicos da pandemia,
impuseram um raro desafio ao Tesouro Nacional: contrair novas dívidas e
refinanciar títulos que estão vencendo.
Até
o fim do ano, o governo precisará de mais de R$ 800 bilhões, entre recursos
para pagar despesas e rolagem de papéis que vencerão até dezembro.
O problema é
que, no mercado, há dúvidas sobre a capacidade do governo de aprovar medidas no
Congresso que reduzam o déficit primário (conceito que exclui o gasto com
juros).
A
incerteza quanto à capacidade do Tesouro de honrar a dívida, aliada ao fato de
a taxa básica de juros (Selic) estar no menor nível da história - 2% ao ano -,
tem provocado forte aumento dos juros de longo prazo (inclinação da curva de
juros, no jargão do mercado). Investidores estão exigindo prêmios de risco mais
altos para comprar títulos públicos.
Desde
o início da pandemia, em março, a dívida pública saltou de 76,5% para 86,5% do
PIB.
Em
outro texto, o mesmo jornal registra que os indicadores de atividade sinalizam
recuperação da economia semelhante à de outros países para o Brasil no curto
prazo, e a extensão do auxílio emergencial até o fim do ano será um impulso
favorável ao quarto trimestre, avalia o Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
O aumento da incerteza em relação à
política fiscal, no entanto, deve impedir retomada mais consistente dos
investimentos.
O
quadro fiscal é “assustador” e mantém a incerteza econômica em nível incômodo,
afirmam os pesquisadores Armando Castelar e Silvia Matos.
VALOR ECONÔMICO