Num cenário em que mais de 70% dos
brasileiros rejeitam a reforma da Previdência, governo e empresários unem-se em
nova ofensiva publicitária para atenuar essa resistência. Enquanto o governo
encomendou pesquisas para subsidiar novas peças, o publicitário Nizan Guanaes
encabeça campanha paralela financiada por empresários favoráveis à reforma.
Segundo o presidente do Centro de
Liderança Pública - CLP, Luís Felipe D´Avila, que lidera um grupo de 150
empresários pró reforma, Nizan começa a gravar nesta semana spots para rádio e
filmes para TV e redes sociais. A nova campanha digital busca atingir 3 milhões
de pessoas.
Sediada no site www.apoieareforma.com , a campanha financiada por esses
empresários tem o acompanhamento do governo. Nizan mantém linha direta com o
secretário de Imprensa da Presidência, Márcio de Freitas, e com o publicitário
ligado ao PMDB e ao Presidente Temer, Elsinho Mouco.
Simultaneamente a Agência Propeg, que
detém a conta da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República,
começa a preparar novo conjunto de peças publicitárias para reforçar a campanha
do governo. O sociólogo Antonio Lavareda, deve comandar pesquisas qualitativas
para aprimorar o discurso governista pró reforma. A campanha do governo foi
prejudicada por uma liminar que suspendeu, em março, a veiculação das peças
publicitárias no rádio e tv. Há um mês o STF revogou a decisão e liberou a
veiculação da campanha.
Com
linguagem mais popular, a campanha liderada por Nizan produz spots e vídeos que
podem ser compartilhados nas redes sociais e em correntes de whatsapp. As peças
dizem que a previdência se transformou em uma bomba relógio e é preciso
desarmá-la para garantir a aposentadoria de nossos filhos e netos. O filme mais
dramático aborda a falência do Estado do Rio de Janeiro, onde os servidores
estão com os salários atrasados e os aposentados não recebem os seus benefícios.
Um locutor questiona: “sem a reforma, como será o amanhã?”. Na sequência,
descreve o caos do Rio. Relata que um dos problemas do Estado é que há mais
pessoas sem trabalhar - 253 mil aposentados e pensionistas - do que os 222 mil
funcionários hoje em atividade
Valor