METAVERSO


Terrenos no metaverso estão atraindo investidores e empresas.

Especialistas explicam a função dos imóveis virtuais e as diferenças para o mercado imobiliário tradicional.

Desde que o Facebook anunciou que mudou seu nome para Meta, em outubro de 2021, marcas e pessoas passaram a prestar mais atenção no metaverso.

Esse mundo digital paralelo replica as dinâmicas da vida virtual, e isso inclui o mercado imobiliário

Empresas e investidores estão comprando terrenos nas principais plataformas de metaverso —como Decentraland, The Sandbox, CryptoVoxels e Somnium Space. 

O negócio é feito por meio de NFTs (tokens não fungíveis), que é o direito de propriedade sobre um ativo virtual.

O rapper Snopp Dogg anunciou, em parceria com o Sandbox, um espaço próprio no metaverso, o Snoopverse, onde haverá shows, exposições, festas e uma réplica da sua mansão na Califórnia. 

Pouco depois, um usuário da plataforma adquiriu um terreno ao lado do Snoopverse pelo equivalente a R$ 2,5 milhões.

Gigantes varejistas e do segmento bancário também investem nas plataformas. 

Em fevereiro, o Carrefour anunciou a compra de um terreno no SandBox. Segundo a diretora de transformação digital do grupo, Elodie Perthuisoit, será um espaço para experimentação.

O banco americano JPMorgan decidiu marcar presença no Decentraland. 

Já o HSBC investiu em um terreno no Sandbox, de valor não revelado, para criar experiências de marca, informou a agência Reuters no dia 17. 

Na mesma semana, a instituição anunciou o fechamento de 69 agências físicas no Reino Unido.

A única semelhança com o mercado imobiliário do mundo real, para especialistas, está na especulação. 

Como essas plataformas ainda começam a se popularizar, quem garante seu espaço por lá hoje espera que o terreno se valorize no futuro, para poder revendê-lo ou alugá-lo.

Mesmo com a possibilidade de ganhos nas transações virtuais sem precisar se preocupar com obras e em gerenciar inquilinos, o mercado imobiliário do metaverso não deve tomar espaço do mercado imobiliário físico, dizem os especialistas.

Empresas que trabalham com construção e venda de imóveis reais podem se misturar com o metaverso se aproveitarem o espaço virtual para divulgar seus empreendimentos.

Uma incorporadora possa construir uma versão digital de seu prédio mais importante e alugar as unidades para que usuários passem um final de semana no imóvel virtual, por exemplo.

Outra forma imaginada para essa intersecção é usar os imóveis virtuais como garantia ou parte do pagamento por moradias reais, e vice-versa, aponta Vinicius Motta, diretor-executivo da startup imobiliária Minha Casa Financiada



FOLHA DE SÃO PAULO
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