Boa Vontade e Reconhecimento.
No dia seguinte à
entrevista em que fez acenos ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
mas discordou da mudança na meta da inflação,
o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a elogiar a agenda econômica da
gestão petista nesta terça.
Afagos de um lado…"O investidor é muito apressado, muito afoito. A
gente tem que ter um pouco mais de boa vontade com o governo, 45 dias é pouco
tempo", disse o chefe da autoridade monetária em evento do BTG Pactual.
- "Tem uma boa vontade
enorme do ministro Fernando Haddad [Fazenda] de falar, 'olha, nós temos um
princípio de seguir um plano fiscal com disciplina’", afirmou Campos
Neto
…e de outro: Haddad também adotou
tom conciliatório, e ainda disse que não há discussão de mudança na
meta de inflação prevista na pauta da reunião do
CMN (Conselho Monetário Nacional) desta quinta (16).
- "Nós obtivemos o
reconhecimento ontem [segunda] na entrevista do presidente do BC de que as
medidas que estão sendo tomadas estão na direção correta. Isso é muito
importante para nós, obter esse reconhecimento", disse o ministro.
- Opinião:
Por que os juros precisam subir tanto no Brasil? Como boa
parte do mercado de crédito é pouco afetada pela taxa Selic, o BC precisa
aumentar mais os juros para obter um dado efeito na demanda (e na
inflação), escreve o colunista Bernardo Guimarães.
Irritação de Lula tem fundamento,
e BC usa a Selic como instrumento para forçar a permanência de uma
política fiscal arrochada, nos moldes impostos pelo teto de gastos, que o
governo avisou que vai descartar, afirmou à Folha o
ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
FOLHA DE SÃO PAULO