Golpe da mão fantasma usa seu celular sem que você
perceba.
Criminosos
escurecem a tela e usam aplicativos em segundo plano.
No golpe da mão fantasma, criminosos
controlam o celular do usuário a distância, após induzi-lo a baixar aplicativos
que são, na verdade, ferramentas de acesso remoto.
A partir daí, buscam senhas
e outros dados que deem acesso à conta da vítima e permitam realizar transações
bancárias.
"Para
conseguir fazer isso, o dispositivo é infectado com um trojan bancário
especial, que permite que o criminoso tenha acesso remoto ao celular e total
controle dele", explica Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de
Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.
O trojan é um tipo
de vírus, também chamado de cavalo de Troia. Segundo Assolini, ele costuma
estar presente em sites com muita audiência, em que os invasores consigam
descobrir alguma vulnerabilidade.
Quando acessado, o site mostra uma
notificação que diz que o dispositivo está infectado e oferecendo a execução de
uma limpeza.
"Claro que ao
aceitar isso, a vítima permite a instalação da ferramenta de acesso remoto. Uma
vez instalado, o app fica oculto e não é possível realizar a desinstalação
manualmente."
Também há casos em
que criminosos se passam por funcionários de instituições financeiras e ligam
para a vítima, informando que há um problema com a conta.
"E diz que vai
enviar um link para a instalação de um aplicativo que irá solucionar o problema",
informa a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em nota.
Instalado, o
aplicativo permite aos criminosos buscarem senhas de acesso ao banco
registradas em bloco de notas, e-mails e mensagens no WhatsApp.
Desligar o aparelho
ou mantê-lo desconectado impediria que os golpistas continuassem procurando por
senhas ou realizassem novas transações, mas segundo Assolini, é muito difícil a
vítima perceber que o golpe está acontecendo a tempo de impedi-lo.
A transação pode
acontecer em segundo plano, ou seja, quando o aplicativo do banco está aberto
em uma das abas do celular, mas não aparece na tela.
Também pode ocorrer de o
golpista reduzir o brilho da tela, de forma que mexa sem o usuário perceber e,
quando o dono do celular utiliza a autenticação biométrica (rosto ou digital,
por exemplo) para desbloquear o aparelho, acaba permitindo uma transação
fraudulenta.
"A pessoa não
percebe que o celular só está com o brilho baixo, por conta da tela escurecida,
e acha que está bloqueado.
Ela tentará desbloquear o celular com a biometria,
mas nisso estará permitindo um golpe com o celular desbloqueado, que estava
apenas com o brilho baixo."
FOLHA DE SÃO PAULO