Justiça determina bloqueio de R$ 450 milhões de
plataforma de criptomoedas.
Empresa
operacionalizava compra e venda de criptomoedas da corretora global Binance.
O TJ-SP (Tribunal
de Justiça de São Paulo) determinou, no dia 30 de junho, o bloqueio de
aproximadamente R$ 451,6 milhões da plataforma de negociação de criptomoedas
Capitual Instituição de Pagamento.
Segundo pessoas
familiarizadas com o assunto que falaram com a Folha em
condição de anonimato, a Capitual atuava desde meados de 2020 na
operacionalização de transações de compra e venda de criptoativos de clientes
da corretora global Binance, e na conversão dos criptoativos em reais.
A
corretora não tem sede no Brasil, e foi instituída sob as leis da Lituânia.
A Binance teria se
recusado a seguir regra do BC (Banco Central), válida desde o dia 16 de junho,
que determina que as empresas identifiquem de forma individualizada todos os
clientes que operam por meio das plataformas de negociação de criptoativos.
O
objetivo do BC é evitar operações ilegais como lavagem de dinheiro por meio do
mercado cripto.
Ainda segundo as
pessoas que acompanham o tema, com a recusa da Capitual de fazer a negociação dos valores dos clientes da Binance sem a identificação determinada
pelo BC, a corretora entrou com o pedido de bloqueio dos valores na Justiça,
alegando que estava impedida de acessá-los, e que os recursos correm o risco de
serem desviados.
A Binance também acusou a Capitual de não respeitar o aviso
prévio de 90 dias para interrupção dos serviços prestados.
Em
comunicado, a Capitual informa que não comenta a decisão do TJ-SP, pelo fato de
o processo correr em segredo de Justiça.
A empresa esclarece que promoveu
adequação de sua plataforma tecnológica para individualizar o processo de
verificação de identidade dos usuários nas transações em reais, atendendo a
determinação do BC.
"O objetivo é reforçar controles e ter mais segurança
nas operações envolvendo criptomoedas", disse a Capitual em nota.
FOLHA DE SÃO PAULO