Petros vai começar a cobrar contribuição extra


Funcionários e aposentados da Petrobras, além da própria estatal, vão começar a pagar em janeiro pelo déficit bilionário acumulado pela fundação de seguridade social dos empregados da petroleira, a Petros. A contribuição extra, que deve ser quitada ao longo de vários anos, será de R$ 17 bilhões a R$ 24 bilhões, afirmou o presidente da Petros, Walter Mendes.

 

O executivo adiantou que a intenção é cobrar dos contribuintes valor superior ao piso de R$ 17 bilhões para evitar novos planos de ajuste de contas caso a Petros volte a registrar déficits. O plano de equacionamento do déficit deve ser comunicado aos participantes em novembro, mas a cobrança, inclusive de aposentados, só vai ocorrer após 60 dias. Metade da conta será paga pela Petrobras e a outra metade, pelos seus funcionários.

 

Alvo de uma CPI no Congresso e da Operação Greenfield, da Polícia Federal, que investiga desvios de recursos em investimentos suspeitos, a Petros já saiu do 'fundo do poço', segundo Mendes. O principal alvo da Greenfield foi o Fundo de Investimento em Participações Florestal, criado para financiar a Eldorado Celulose, controlada pelo grupo J&F, que tem como um dos sócios Joesley Batista, o empresário que acusou o presidente Michel Temer de participar de esquema de corrupção. Apenas esse ativo provocou perda de R$ 745 milhões à Petros em 2016.

 

Em teleconferência para apresentar o resultado de 2016 aos participantes, Mendes afirmou que a fundação apresentou sete notificações à Comissão de Valores Mobiliários apontando irregularidades na atividade de administradores e gestores de fundos estruturados. Além disso, a Petros está "contratando escritório de advocacia para tomar as medidas cabíveis contra as partes apontadas em relatórios de auditorias externas" 

Diário do Nordeste
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