Reforma da Previdência


O ministro  da Economia, Paulo Guedes, reafirmou ontem que a criação de um regime de capitalização só será levada adiante caso consiga obter a economia de R$ 1 trilhão com a reforma da Previdência. Mas, destacou que não considera uma derrota a possibilidade de a capitalização não ser aprovada.  

 

"Não é uma derrota, não é porque resolveram não fazer a capitalização... Mas você sai na primeira derrota? Não, não saio. Na segunda ou na terceira, depende da qualidade do processo", frisou.

Guedes admitiu que a discussão da reforma da Previdência poderá se estender durante o segundo semestre, mas disse ainda acreditar em votação antes do recesso parlamentar. Técnicos do Congresso já alertam que dificilmente o calendário pretendido será cumprido devido aos atrasos na tramitação provocados, principalmente, por atritos políticos entre os Poderes Executivo e Legislativo. O ministro reforçou acreditar na aprovação da reforma "tirando uma coisa ou outra", mas que não comprometeriam a potencial economia de que R$ 1 trilhão em dez anos. Guedes disse compreender as críticas contra mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), sinalizando que esse seria um dos pontos que poderia sofrer alteração. O ministro disse ser "fake news" notícias de que a equipe econômica já admite uma economia de R$ 800 bilhões com a reforma.

Por outro lado, Guedes ameaçou retirar da proposta do Governo o item que garante a inclusão automática de estados e municípios na reforma da Previdência caso esta seja aprovada. É que os governadores não estariam na visão da equipe econômica fazendo o bastante para convencer deputados e senadores a votar favoravelmente.

A adesão automática interessa aos governadores porque os dispensaria de ter de batalhar em suas assembleias legislativas em busca de apoio para mudar as previdências de seus servidores nos estados que governam.



FOLHA DE SÃO PAULO
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