Preços nos supermercados de SP têm maior alta para
setembro desde o Plano Real.
Com
impostos de importação zerados, setor avalia que só nova safra reduzirá preços.
Os supermercados do estado de São Paulo registraram
em setembro a maior inflação para o mês desde pelo menos 1994, puxada por
avanço de 30,62% do óleo de soja e de 16,98% do arroz.
Com impostos de importação zerados para soja em grão e
arroz, e também para o milho, a Apas (Associação Paulista de
Supermercados) avalia que não há mais o que o governo possa fazer para conter a
alta de preços.
E que, agora, é esperar que o aumento da área plantada na
próxima safra consiga reequilibrar a relação entre oferta e demanda, reduzindo
preços em 2021.
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS),
calculado pela Apas e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas),
registrou alta de 2,24% no mês passado, aceleração significativa em relação ao
avanço de 0,90% registrado em agosto e recorde para meses de setembro desde o
início da série histórica do indicador.
Com a aceleração, o índice acumula alta de 8,30%
entre janeiro em setembro e de 12,01% em 12 meses.
Assim, a inflação nos supermercados paulistas
supera em muito o IPCA, índice oficial de inflação do país, medido pelo IBGE,
que registrou alta de 0,64% em setembro, acumulando avanço de
1,34% no ano e de 3,14% em 12 meses.
Na avaliação da Apas (presidente Ronaldo dos Santos), a
redução de tarifas era o que o governo podia fazer para tentar melhorar o
cenário de inflação dos alimentos.
“A manobra que o governo tem, basicamente
seria essa.
O que esperamos agora é que, como a remuneração do produtor agora é
melhor, é natural uma ampliação da área plantada.
Isso vai resultar em colheita
melhor à frente. Com melhor colheita, tem mais produto e isso pode reduzir o
preço lá na frente.”
FOLHA DE SÃO PAULO