Reforma tributária vive impasse
na reta final por causa da Zona Franca de Manaus.
Recursos
da Cide carimbados para fundo do Amazonas geram insatisfação de outros estados.
A
cobrança da Cide (Contribuição sobre Intervenção de Domínio
Econômico) sobre bens similares aos produzidos na Zona Franca de Manaus abriu um impasse
nas negociações da reforma tributária às vésperas da votação
final da proposta na Câmara dos Deputados.
A
medida foi incluída pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) e aprovada pelo Senado como forma de manter as vantagens
competitivas da região, mas estados como São Paulo são contra a proposta por
verem risco de elevação da carga sobre algumas atividades.
A
partilha dos recursos também gera divergências, uma vez que a arrecadação da
Cide ficaria carimbada para o fundo que beneficiará o Amazonas, o que tem sido
considerado prejudicial pelos demais governos estaduais.
O
relator da reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro
(PP-PB), disse em entrevista à Folha que buscava
uma saída técnica para o problema.
Uma
emenda ao texto tornaria necessária uma nova votação no Senado, o que seria
indesejável, já que a intenção é promulgar a reforma ainda neste ano.
Por
outro lado, a simples supressão do artigo deixaria um vácuo em torno da
proteção à Zona Franca de Manaus —opção rejeitada por senadores que
aprovaram o dispositivo.
FOLHA DE SÃO PAULO