Relator afrouxa mudanças no BPC, mas restringe
benefício a deficiências moderadas e graves.
Isnaldo Bulhões
exclui regras que limitavam o acúmulo de benefícios e ampliavam o conceito de
família para o cálculo da renda
Alvo principal das
críticas de parlamentares, as mudanças propostas pelo governo de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) nas regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada) foram
desidratadas no parecer do relator do projeto de lei, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL).
O parlamentar
decidiu excluir as regras que restringiam o acúmulo de benefícios, ampliavam o
conceito de família para o cálculo da renda e dificultavam a concessão do
benefício a quem tem a posse ou propriedade de bens.
A mudança no
critério de deficiência também foi derrubada no parecer, mas o relator inseriu
outros dois artigos que condicionam o benefício à avaliação que ateste
deficiência de grau moderado ou grave.
"O substitutivo ora apresentado, ao mesmo
tempo em que mantém a definição legal da pessoa com deficiência, mas também
atento à necessidade de combate ao recebimento indevido dos benefícios, procura
destinar o pagamento do BPC/Loas somente àqueles que mais necessitam e que, por
apresentarem deficiência de grau moderado ou grave, estão mais sujeitos aos
obstáculos para a plena e efetiva participação no mercado de trabalho",
diz o relatório.
O governo tenta
restringir a concessão do BPC para pessoas com deficiência diante da explosão
do número de beneficiários.
O crescimento é particularmente elevado no caso de
pessoas diagnosticadas com TEA (transtorno do espectro autista). A alta
foi de quase 250% em três anos, contra 30% na média geral de beneficiários.
O BPC é um
benefício no valor de um salário mínimo (R$ 1.412) pago a idosos acima de 65
anos e pessoas com deficiência de baixa renda (famílias que ganham até R$ 353
por pessoa).
FOLHA DE SÃO PAULO