A
indústria da saúde vai ser chacoalhada, e parece que deveria estar fazendo
mais.
Em comparação com o início do ano, as
ações ordinárias da Notre Dame Intermédica e Hapvida caíram 41%, enquanto o
Ibovespa registrou queda de 40%.
Artigo de Marcos de
Vasconcellos -jornalista, empreendedor e
fundador do site Monitor do Mercado., alerta para questões da área de saúde.
Nada
de ouro, dólar, joias ou bitcoin.
O bem mais desejado dos próximos dias será um
leito hospitalar.
Num cada vez mais raro momento de convergência, os governos
federal e de São Paulo preveem que o pico de contaminações pelo coronavírus será
entre 45 e 90 dias.
O que significa que o sistema de saúde será testado e
chacoalhado.
De
acordo com o que se viu em outros países, já podemos esperar hospitais abarrotados, fazendo com que as
empresas do setor, principalmente as donas de redes hospitalares, sintam os
efeitos na pele, ou melhor, no bolso.
Até
agora, o que aconteceu foi que a demanda foi represada, com a suspensão de cirurgias eletivas, por exemplo.
Quem teve que ir para um hospital nos últimos dias espantou-se com a falta de
circulação nos corredores.
Mas o silêncio não deve se manter por muito tempo.
Para
companhias como de planos de saúde a Notre Dame Intermédica e Hapvida, que
possuem a própria rede de atendimento, o momento de incertezas levou os preços
ao chão.
Em comparação com o início do ano, as ações ordinárias das duas caíram
41%, enquanto o Ibovespa registrou queda de 40%.
Quem
conhece bem o mercado aponta que, no longo prazo, são justamente as empresas de
planos com ação em bolsa (há ainda SulAmérica e Qualiccorp) que devem se dar
bem.
Isso porque a provável depressão econômica deve diminuir o acesso da
população aos planos, que hoje são para pouco menos de 25% da das famílias.
Isso levaria à quebra das pequenas empresas do setor, ampliando o poder das
maiores.
Ainda
assim, prevenir segue o melhor remédio, também para a economia.
Pesquisa
recente do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) estima que cada
internação pela Covid-19 custa R$ 11,3 mil.
Com isso, encontraram um custo de
quase R$ 1 bilhão para cada 1 ponto percentual de infectados na população
brasileira não coberta por planos de saúde.
VALOR ECONÔMICO