Especialista prevê crescimento do mercado de
seguros no Oriente Médio
O resseguro ainda
não tem uma capacidade suficiente para atender às demandas, mas as
oportunidades são boas devido à diversificação da economia
O escritório
Costa, Albino & Rocha Sociedade de Advogados (CAR) realizou nesta
quinta-feira, 31, o 2º Seminário Internacional de (Re)Seguros, evento que
debate temas nas áreas de seguros, resseguros e grandes riscos.
O seminário
aconteceu no Centro Brasileiro Britânico (CBB), em São Paulo, e reuniu 210
pessoas, entre executivos, diretores de grandes empresas e corretores,
representando mais de 50 companhias do setor.
Um dos destaques
foi o keynote speaker Sam Wakerley (sócio do escritório HFW), advogado
britânico, head de seguros e resseguros do HFW no Oriente Médio, além de
consultor de diversas empresas.
Ele também atua em mediação, arbitragem e
contencioso judicial, com ampla atuação no mercado global.
Com sede em Londres,
a HFW possui mais de 700 advogados no continente americano, Europa, Oriente
Médio e Ásia-Pacífico. É parceira no Brasil da CAR.
Wakerley fez uma
análise do mercado no Oriente Médio.
Segundo ele, na região, o resseguro ainda
não tem uma capacidade suficiente para atender às demandas, mas as
oportunidades são boas devido à diversificação da economia.
“Nós temos 15% do
GPD (Produto Interno Bruto) e a economia cresce 5,6% ao ano”, revelou.
Em sua análise, uma das razões para esta expansão no Oriente Médio é o fato de
ter havido investimentos de muitos expatriados nos últimos tempos.
“A indústria
de seguros deverá crescer nos próximos anos”, garantiu. Wakerley vislumbra boas
perspectivas em produtos de liability, saúde e decenal.
O advogado
britânico ressaltou o papel da Arábia Saudita neste contexto.
Além de ser o
maior exportador de petróleo do mundo, o país se sobressai nas áreas de turismo
e entretenimento e desenvolve projetos de energia renovável.
Ele destaca também
que os árabes vivem um cenário de grande transformação digital, com a
potencialização dos serviços de e-commerce, fintechs e bancos digitais, por
exemplo.
Em termos de
Brasil, de acordo com Wakerley, as exportações para o Oriente Médio aumentaram
de US$ 2,8 bilhões em 2023 para US$ 11,2 bilhões apenas no primeiro semestre de
2024.
“Já as importações do Brasil da Liga Árabe correspondem a US$ 15
bilhões”, complementa.
Em relação ao Catar, o comércio bilateral entre os dois
países totalizou mais de US$ 871 milhões nos primeiros dez meses de 2024.
Ao final, o
advogado citou o banco de dados do Dubai International Financial Centre (DIFC),
espécie de plataforma que mede os índices de desenvolvimento do Oriente Médio,
África e mais o sul da Ásia.
Wakerley afirmou que há mais de 120
empresas relacionadas ao mercado de seguros/resseguros e que tem atraído
“talentos globais”. Os setores envolvidos vão desde infraestrutura, energia,
P&C, cyber, marine, entre outros.
“A plataforma registrou prêmios emitidos
da ordem de US$ 2,6 bilhões até o momento”, destacou.
SONHO SEGURO