Salário, obras, transporte
escolar: como veto de Bolsonaro afeta a educação.
A lei que limita a cobrança do
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis
coloca em risco mais de R$ 20 bilhões do orçamento da Educação.
Ao UOL, estados
e municípios relataram quais áreas devem ser mais impactadas com a mudança.
Antes de ser sancionado, o projeto contava com uma emenda, aprovada pelo
Congresso Nacional, que previa a compensação aos estados e municípios em caso
de perda da arrecadação.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou esse trecho na
última quinta-feira (23).
O estado do Paraná disse que
"havia planejado diversos projetos", afetados agora pelo veto
presidencial.
A secretaria estadual de Educação previa, por exemplo, a
"modernização e ampliação" da infraestrutura de novas escolas e
reformas nos colégios.
"Alguns projetos estratégicos terão que ter o
tamanho ou o prazo alterados", informou a pasta.
Desde o início da
discussão da lei, especialistas e organizações ligadas ao tema da educação
avaliam como a mudança pode impactar no orçamento das escolas públicas.
A
proposta visa baratear o preço dos combustíveis no país e foi defendida por
Bolsonaro, que tenta a reeleição neste ano.
O ICMS — recolhido pelos
estados — é fundamental no repasse à educação no Brasil. Pelo menos 25% da
receita resultante de impostos dos estados e municípios deve ser utilizada na
educação, conforme prevê a Constituição.
Além disso, o Fundeb (Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação) é composto por 10 impostos —o ICMS corresponderia,
em média, a 60% da cesta.
Uma pesquisa da CNM
(Confederação Nacional dos Municípios), feita em abril deste ano, mostrou que o
reajuste do piso dos professores foi aplicado em menos de 30% das cidades
consultadas — quase 2,8 mil municípios foram ouvidos.
UOL ECONOMIA