O
ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo afirmou que o
sistema de previdência social nos estados e municípios é uma “verdadeira bomba
relógio”, o que demonstra a necessidade de uma reforma previdenciária. Em
auditoria que avaliou os regimes próprios de previdência de 22 estados, do
Distrito Federal e de 31 municípios, o TCU apontou problemas de
sustentabilidade dos planos e também de “baixa confiabilidade das bases de
dados”.
No documento,
o TCU aponta que em 2015 o gasto com previdência social nos estados comprometeu
20% da receita corrente líquidas, um total de R$ 94,2 bilhões. Segundo o
ministro, até 2030 esse gasto vai subir a 28% da receita corrente líquida - R$
131,5 bilhões, um crescimento real de 40% em 15 anos. Segundo o TCU, para pagar
esse aumento a receita líquida corrente dos estados terá que ter um crescimento
real de 8% ao
O
documento alerta ainda que o déficit do regime próprio de previdência dos
estados equivale a 50% do Produto Interno Bruto (PIB) dos entes federativos e
10% do PIB, no caso dos municípios. Vital do Rêgo apontou ainda que os estados
e municípios fazem, com frequência, uma supervalorização do rendimento de seus
fundos previdenciários.
Segundo o
ministro, esse descompasso entre o rendimento esperado para o fundo
previdenciário e o rendimento real “pode ocasionar como grave consequência a
possibilidade de descapitalização dos fundos previdenciários do RPPS [Regime
Próprio de Previdência Social]”.
No
acórdão aprovado nesta quarta-feira, o TCU determinou à Casa Civil da
Presidência da República e ao Ministério da Fazenda que elaborem um plano de
ação para mitigar os riscos à sustentabilidade da previdência própria de
estados, do Distrito Federal e municípios. A corte determinou ainda que os
ministérios do Planejamento e da Fazenda informem ao TCU como está a
implantação do sistema integrado de dados de remuneração de pessoal.
A reforma
da Previdência Social é uma das prioridades do ajuste fiscal proposto pelo
governo Michel Temer. A divulgação do relatório do TCU acontece um dia após o
anúncio de um "pacto" entre o governo federal e governadores, em que
estes últimos se comprometeram a apoiar o ajuste fiscal e também em aplicá-lo
em seus estados.
Em troca de uma parcela maior da arrecadação com a
chamada "repatriação", os governadores concordaram a, por exemplo,
elevar de 11% para 14% a contribuição previdenciária de servidores públicos
estaduais.
G1