Crise da pandemia expande percepção de energia
cara, diz pesquisa.
Mais
de 80% gostaria de escolher o próprio fornecedor para buscar preço mais baixo.
Pesquisa da Abraceel (Associação
Brasileira de Comercializadores de Energia) sobre a percepção dos brasileiros
em relação à energia aponta que 83% estão achando os preços caros ou muito caros.
Os mais afetados foram os consumidores residenciais que pagam a tarifa integral e vivem de trabalhos
temporários, com renda média de R$ 2.000 mensais, segundo Reginaldo de
Medeiros, presidente da entidade.
Medeiros afirma que percentual
semelhante já foi observado em anos anteriores, mas a percepção atual está
ligada à queda na renda dos brasileiros na
pandemia.
A pesquisa, feita pelo Datafolha com cerca de
2.000 pessoas de 130 cidades, também apontou que 81% dos brasileiros gostariam
de escolher seu fornecedor de energia.
O principal objetivo é negociar preços mais
baixos.
“Os consumidores têm na memória a telefonia celular. Quando não está
dando para pagar um plano, eles trocam de plano”, diz Medeiros.
Um projeto sobre a regulação e a expansão do
mercado livre de energia já passou pelo Senado e aguarda despacho do presidente
da Câmara, Arthur Lira, desde fevereiro.
"Falta vontade política de
atender o desejo do consumidor de energia elétrica brasileiro", diz
Medeiros.
A pesquisa também mostra que 92% dos
entrevistados gostariam de gerar energia elétrica em casa.
O interesse é maior
entre as pessoas economicamente ativas, e menor entre os idosos, os menos
escolarizados e as classes D e E
FOLHA DE SÃO PAULO