SAÚDE 1


Alta de mortes de jovens por suicídio e uso de drogas e álcool é crise emergente, alerta estudo global.

  • Relatório publicado neste domingo (12) é o maior e mais abrangente sobre mortalidade e incapacidades
  • Causas de morte mudam de doenças infecciosas para doenças não transmissíveis e criam novos desafios

A expectativa de vida global aumentou, as taxas de mortalidade estão caindo, mas entre adolescentes e adultos jovens elas estão mais altas e já se configuram uma crise emergente no mundo.

Na América do Norte e América Latina, o aumento das mortes de jovens é atribuído ao suicídio e ao consumo de álcool e outras drogas. 

Na África Subsaariana, às doenças infecciosas e lesões não intencionais. Os números do Brasil ainda não foram destrinchados.

Os dados constam no mais recente relatório Global Burden of Disease (GBD), publicado neste domingo (12) na revista científica The Lancet e apresentado na Cúpula Mundial da Saúde, que acontece em Berlim, na Alemanha. 

O trabalho é o maior e mais abrangente estudo global que quantifica a mortalidade e as incapacidades em diferentes países e ao longo do tempo.

Entre adolescentes e adultos jovens, o maior aumento nas mortes devido a suicídio, overdose de drogas e grandes quantidades de álcool foi registrado na faixa etária de 20 a 39 anos na América do Norte.

O estudo global mostra ainda que o número de mortes infantis diminuiu mais do que em qualquer outra faixa etária. 

O Leste Asiático registrou a maior queda: 68% entre menores de cinco anos devido a melhor nutrição, vacinas e sistemas de saúde mais fortes.

Já na África Subsaariana houve aumento da mortalidade em crianças de 5 a 14 anos impulsionado por altas taxas de infecções respiratórias e tuberculose, outras doenças infecciosas e lesões não intencionais.

Entre as mulheres de 15 a 29 anos, as taxas de mortes subiram 61%, principalmente devido à mortalidade materna, lesões nas estradas e meningite.

"Décadas de trabalho para fechar a lacuna em regiões de baixa renda com desigualdades persistentes na saúde correm o risco de se desfazer devido aos recentes cortes na ajuda internacional", afirmou Emmanuela Gakidou, autora sênior e professora do IHME.

"Esses países dependem do financiamento global da saúde para cuidados primários, medicamentos e vacinas que salvam vidas. Sem isso, a lacuna certamente aumentará."



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br