Longevidade


Vale observar uma tendência que é fruto não apenas das mudanças que estão acontecendo no mercado de trabalho mas também da longevidade: um  movimento que ganha força cada vez maior no País – o aumento do número de estagiários com mais de 40 anos de idade nas empresas.

Dados do IBGE ajudam a ressaltar a importância da escolha “tardia”, já que a expectativa de vida dos brasileiros sobe progressivamente. Segundo o último levantamento feito pela entidade, a expectativa média de vida do brasileiro é de 76 anos, o que leva muita gente a traçar um caminho profissional mais longo do que o previsto, com a busca de uma nova carreira. E, de acordo com uma pesquisa do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola), o número de estagiários de 40 a 50 anos cresceu cerca de 5% entre 2017 e 2018.

Felipe Calbucci, diretor de vendas da plataforma Indeed, especializada em recolocação profissional, ressalta que o setor de TI – em especial o segmento de UX (User Experience) – também está recebendo um grande de volume de estagiários experientes. “Há uma grande falta de talentos nessa área, o que abre espaço para profissionais que estejam retomando os estudos e tenham outras experiências que podem agregar a esse trabalho.”

As empresas brasileiras vivem um momento de adaptação a essa nova realidade, deixando de lado anos de preconceito em relação à idade dos colaboradores – o que é chamado de etarismo. Porém, o caminho ainda é longo. “Apesar do entendimento das companhias estar mais claro quanto aos benefícios de contratar estagiários mais velhos, a área de RH ainda não está investindo em práticas para valorizar esses profissionais”, destaca Vanessa Cepellos, professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas da FGV em São Paulo.

Para Mórris Litzak, CEO da Maturijobs, especializada em auxiliar no retorno ao profissionais acima de 50 anos ao universo corporativo, o mercado brasileiro tem muito a aprender nesse sentido com as startups. “Essas empresas estão abrindo caminho para a presença cada vez maior de estagiários com grande experiência, pois os jovens detêm o conhecimento técnico e precisam de pessoas mais preparadas para auxiliar na gestão.”

Criar times intergeracionais – com jovens e profissionais mais preparados convivendo no mesmo ambiente – proporciona um trabalho integrado e troca de conhecimentos, na visão de Vanessa Cepellos, professora da FGV-SP.



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