Produção de petróleo e gás libera muito mais metano do que o estimado,
mostra novo estudo.
Indústria dos EUA pode estar emitindo três vezes
mais do que as estimativas oficiais.
Grandes
produtores de petróleo e gás nos Estados Unidos podem estar emitindo
três vezes mais metano, gás que aquece o planeta, do que as estimativas oficiais, de acordo com uma
nova pesquisa publicada na quarta-feira (13).
Este é o mais recente de uma
série de estudos que sugerem que as emissões do setor de combustíveis fósseis
podem estar sendo subestimadas.
Em algumas partes do Novo México, mais de 9% do gás
natural produzido estavam escapando para a atmosfera, disseram os pesquisadores
no estudo, publicado na revista Nature.
O metano é o principal componente do gás natural e,
quando liberado sem queima na atmosfera, atua como um gás de efeito estufa
extremamente poderoso.
Ele pode aquecer o planeta mais de 80 vezes mais do que
a mesma quantidade de dióxido de carbono ao longo de um período de 20 anos.
A liberação de
metano —muitas vezes através de vazamentos em
locais de perfuração ou em
plantas de processamento de gás, ao longo de gasodutos ou em outras instalações
de energia— é uma má notícia para o aquecimento global, que já está causando
aumento do nível do mar, tempestades mais intensas, secas mais intensas e uma
maior perda de biodiversidade ao redor do mundo.
Uma das conclusões deste e de estudos anteriores
foi "o quão concentradas são as emissões em uma fração muito pequena de
locais", disse Evan D. Sherwin, que liderou a pesquisa em Stanford e agora
trabalha no Lawrence Berkeley National Laboratory.
"Essa é a parte boa. Se conseguirmos descobrir
o que está acontecendo nesses poucos locais, estaremos a meio caminho de
resolver o problema do metano no petróleo e gás", disse.
Os cientistas estão cada vez mais focados em obter
medições mais precisas das emissões de metano causadas pelo homem, grande parte
das quais vem da indústria de petróleo e gás.
O MethaneSAT, um satélite lançado neste mês pela
Environmental Defense Fund, foi projetado para rastrear o metano em escala
global. Ele é um dos vários satélites que podem detectar e medir o metano do
espaço.
FINANCIAL TIMES