Especialistas justificam a derrocada dos
criptoativos e explicam quando eles devem se recuperar
Ethereum
deve ultrapassar valor de mercado do Bitcoin em breve.
Neste sábado, ocorreu o Mercday, evento anual
da empresa de pesquisa focada no mercado de criptoativos, Mercurius Crypto.
O
encontro envolveu uma série de palestras de seus analistas que explicaram
dúvidas de curiosos e investidores. Eu ainda estou na primeira categoria,
portanto aprendi bastante.
As dúvidas mais simples são as mais difíceis de explicar, por
exemplo: qual o valor justo de um criptoativo?
Esta indústria ainda está em um estágio muito embrionário.
Portanto, há muito ainda por ser feito e um dos campos mais urgentes diz
respeito à regulação.
Antigamente, regulação era um palavrão para investidores deste
mercado. Hoje, estes mesmos imploram para que ela chegue mais rápido.
Esta
súplica não é à toa. Parte dos problemas existentes neste mercado reside na sua
ausência.
Em sua apresentação, Orlando Telles, um dos fundadores e
analista da Mercurius, elencou os três principais eventos que justificaram a
derrocada dos preços dos criptoativos neste ano.
Do pico atingido no final de 2021 até hoje, a
desvalorização de preços do Bitcoin superou 75%.
No primeiro semestre de 2022, este ativo sofreu, assim como as
bolsas americanas, com o início do aumento de juros nos EUA. Nos últimos sete
meses, dois outros fatores fizeram os criptoativos alcançarem novas mínimas.
Os dois eventos foram o colapso do sexto maior criptoativo, o
projeto Terra Luna. Esta quebra foi o estopim de um efeito dominó sobre outras
empresas.
A quebra do protocolo Terra, desencadeou o colapso de três
outros grandes agentes: o fundo Three Hedge Capital e as empresas BlockFi e
Celcius.
Agora imaginem quem tentou salvar estes do colapso? Exatamente,
a segunda maior corretora de criptos do mundo, a FTX.
Não por acaso esta mesma corretora pediu falência no início de
novembro.
Se ilude quem imagina que o efeito dominó já se esgotou.
O movimento de alta de taxas de juros, fez secar os fundos que
injetavam recursos em projetos não lucrativos e a quebra da FTX levantou a
bandeira de uma atitude temerária que muitos adotaram no momento de bonança.
Mas, segundo os analistas da Mercurius, há luz no fim deste
túnel. A quebra da FTX trouxe a urgência de uma regulação.
Há esperanças de que
uma maior regulação recupere a confiança de investidores neste mercado. Também,
o fim do ciclo de aperto monetário pelo FED e principais Bancos Centrais pelo
mundo deve reduzir a incerteza e volatilidade.
FOLHA DE SÃO PAULO