Inadimplência na faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida
bate recorde e atinge 45% dos contratos
Quase
metade dos contratos que recebem mais subsídios do programa não paga as
parcelas há mais de 360 dias.
A inadimplência na faixa 1 do Minha Casa Minha Vida terminou 2022 em um
patamar recorde.
Ao todo, 45% desses contratos, que são beneficiados com mais
subsídios do governo federal, estão sem pagar parcelas do financiamento há mais
de 360 dias.
De acordo com dados do Ministério das Cidades, 510
mil de 1,1 milhão de contratos ativos nessa faixa estão devendo o valor mensal
há mais de um ano.
O Minha Casa, Minha Vida foi relançado em fevereiro
pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Uma medida provisória foi enviada ao Congresso fazendo
alterações nas regras do programa. Em um primeiro momento, a meta é
entregar obras atrasadas ou paralisadas.
Para evitar o despejo nos contratos em atraso, os
bancos que operam os financiamentos "adotam estratégias de renegociação da
dívida.
Contudo, as medidas têm sido pouco eficazes, uma vez que 59% dos
beneficiários voltam a inadimplir com brevidade", segundo o Ministério das
Cidades.
A situação preocupa a pasta, que estuda mudanças.
"Em razão do cenário de agravamento do quadro de inadimplência, estão em
estudo medidas de alteração junto à legislação do programa com a finalidade de
modificar o cenário apresentado", diz o ministério em nota.
Sem detalhar as medidas em estudo, a pasta
acrescenta que as mudanças servirão "para a ampliação do retorno
financeiro ao fundo mas, sobretudo, para a minimização dos impactos sociais aos
beneficiários, visando resguardar o direito à moradia, dado o perfil socioeconômico
das famílias".
O calote nos pagamentos por parte dos beneficiários
aumenta a necessidade de o governo federal elevar sua participação nos custos
do programa por meio do Orçamento.
Como consequência, afirma o ministério, há
uma limitação na expansão do programa e redução da quantidade de novas famílias
a serem contempladas.
FOLHA DE SÃO PAULO