Brasil e outros
emergentes vivem processo de estagflação, diz IIF
O IIF (Instituto de
Finanças Internacionais, na sigla em inglês) avaliou, em relatório divulgado
nesta terça-feira (19), que o Brasil e outros países emergentes vivem uma
estagflação, processo caracterizado por inflação elevada e estagnação da
atividade, com os preços sofrendo o impacto de choques de oferta.
O documento
ressalta que, no Brasil, a atividade não tinha se recuperado de recessões
anteriores quando a economia sofreu o baque da pandemia de coronavírus.
O
estudo apontou o México como um caso semelhante e indicou que Índia e Indonésia
também se enquadram nesse cenário, porém em menor escala.
De acordo com o
IIF, a inflação elevada coexiste com uma recuperação econômica incompleta em
vários países emergentes, onde os níveis de produção estão bem abaixo dos
patamares pré-pandemia.
O impacto da
Covid-19 sobre as cadeias de abastecimento, que ainda não foram normalizadas, e
o aumento dos preços de alimentos e energia, que podem não recuar a depender
dos efeitos dos conflitos na Ucrânia, são os principais fatores por trás da
queda na oferta, segundo a instituição.
"Concluímos
que a inflação nos mercados emergentes é impulsionada por uma série de grandes
choques de oferta.
A atividade econômica está muito fraca para ser o principal
motor das pressões sobre os preços.
Se esses choques diminuem em algum momento,
a inflação dos mercados emergentes pode esfriar mais rápido do que o
esperado", disseram Sergi Lanau e Jonathan Fortun, economistas que assinam
o relatório.
REUTERS