Investidores mais ricos migram de fundos de multimercado para renda fixa
Alta renda adotou postura conservadora no ano
passado, e previsão é de ainda mais cautela em 2025
Investidores com
mais de R$ 5 milhões em aplicações migraram de fundos de multimercado
para investimentos em renda fixa durante o ano
passado.
Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais), as aplicações em renda fixa cresceram 25%
entre janeiro e novembro de 2024.
O volume investido
em fundos da modalidade superou os multimercados em março de 2024, contrariando
as expectativas do mercado no início do ano passado.
Investidores com
patrimônio acima de R$ 5 milhões, da classe "private", retiraram
recursos dos fundos, provocando uma perda de R$ 356 bilhões —uma retração de
8%, maior queda em cinco anos, segundo levantamento da Smart Brain.
A elevação da taxa de juros torna os fundos de renda fixa a opção mais rentável e previsível
em cenários de insegurança econômica.
Por outro lado, os fundos multimercados,
que diversificam entre diferentes tipos de ativos, passam a ser vistos como
investimentos de maior risco.
O total investido
no mercado brasileiro aumentou 12,7% em relação a 2023, chegando a R$ 7,3
trilhões até novembro de 2024.
Entre os investidores da classe
"private" o crescimento foi de 9,7% no período, somando R$ 2,3
trilhões em patrimônio, segundo a Anbima.
Na renda fixa,
fundos de investimento e letras de crédito
representam 60% das alocações da classe "private".
A maior parte do
capital está concentrada nos fundos, com cerca de R$ 210 bilhões, seguidos
pelas LCAs (R$ 173 bilhões), LCIs (R$ 143 bilhões) e CDBs (Certificados de
Depósito Bancário) com R$ 104 bilhões.
FOLHA DE SÃO PAULO