Normas seriam alteradas em junho, mas estratégia é
evitar atrito no Congresso
O Ministério da
Economia aguarda a Câmara votar a reforma da Previdência para colocar em
prática seu plano de reduzir as normas de segurança no trabalho em vigor no
Brasil.
O governo tinha a intenção de iniciar o corte de 90% dessas regras ainda em
junho. Mas, agora, a revisão deve ocorrer apenas depois da votação da proposta
sobre mudanças na aposentadoria, prevista para meados de julho.
São 37 normas regulamentadoras, conhecidas
como NRs, que reúnem 6,8 mil regras distintas sobre segurança e medicina do
trabalho.
Elas devem ser seguidas pelas empresas que tenham empregados regidos pela CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho).
Para o governo,
esse arcabouço regulatório representa um grande potencial de multas a empresas
por fiscais do trabalho e uma carga que impacta a competitividade dos produtos
brasileiros.
Em maio, o
presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o secretário especial de Previdência e Trabalho,
Rogério Marinho, anunciaram o projeto de mudanças nas normas.
A ideia era
colocá-lo em prática em junho, com a publicação da nova NR 12, que trata de
medidas de proteção para garantir a integridade física dos trabalhadores e a
prevenção de acidentes na instalação e uso de máquinas e equipamentos.
O Congresso não
precisa dar aval para alterações nessas regras. Mesmo assim, o governo decidiu
adiar o início do processo para a metade de julho, quando o Parlamento, que
analisa a reforma, entra de recesso.
A expectativa da
equipe econômica é que a proposta de reestruturação do sistema de
aposentadorias seja aprovada na Câmara antes do dia 17.
FOLHA DE SÃO PAULO