Executivos da Pfizer vendem ações da empresa no dia
em que eficácia da vacina foi divulgada.
Presidente
da companhia embolsou cerca de R$ 30 milhões na segunda (9).
Executivos da Pfizer aproveitaram a forte alta das ações da empresa na Bolsa após
a divulgação da eficácia de mais de 90% da vacina contra o
coronavírus para vender fatias de suas participações na
companhia.
Na segunda-feira (9), quando a análise preliminar
dos testes de fase 3 do imunizante da farmacêutica americana em parceria com a
alemã BioNTech foi divulgada, as ações da Pfizer fecharam em alta de 7,7%,
chegando a ser negociadas a US$ 41,99 (R$ 227,58) na máxima daquele pregão.
Na ocasião, o presidente da companhia, Albert
Bourla, se desfez de 62% das ações (132.508) que tinha na empresa a US$ 41,94
cada, embolsando cerca de US$ 5,6 milhões (R$ 30 milhões).
Ele continua com
81,8 mil ações da companhia, segundo informações prestadas à SEC (Comissão de
Valores Mobiliários dos EUA, que regula o mercado de capitais).
Já a vice-presidente da empresa, Sally Susman,
vendeu US$ 1,83 milhões (R$ 9,9 milhões) em ações da Pfizer na segunda,
correspondente a 29% de sua participação na empresa (43.662 de ações).
Ambos os negócios foram programados anteriormente
para quando as ações atingissem determinados preços, o que os exime do crime de
insider trading —uso de informações privilegiadas para a obtenção de ganhos no
mercado financeiro—, já que ambos sabiam que o anúncio do sucesso da vacina
seria feito na segunda.
Boulas aderiu a um plano de carreira da Pfizer,
autorizando a venda das ações em agosto deste ano.
Sally fez o mesmo, com a
autorização em novembro de 2019.
Em 2019, quando Boulas assumiu a chefia da
farmacêutica, ele recebeu uma remuneração de US$ 13,3 milhões (R$ 72 milhões),
sendo apenas 39% em dinheiro.
Nos EUA, é comum que a maior parte do salário de
executivos de grandes companhias seja via ações.
Com a alta nos papéis do setor, o presidente da
Moderna, Stephane Bancel, vendeu mais de meio milhão de ações da companhia
neste ano, diminuindo sua participação na farmacêutica para 1,75%.
Na sexta
(6), se desfez de 11 mil ações, ganhando cerca de US$ 800 mil (R$ 4,3 milhões).
Ele ainda é dono de 6,9 milhões de ações da companhia, que valem US$ 565
milhões (R$ 3 bilhões).
FOLHA DE SÃO PAULO