Não há subsídio do Tesouro no
BNDES, diz diretor do banco.
Subsídio
público será mínimo em pacote de R$ 300 bilhões para impulsionar crescimento.
Somente
26% dos recursos previstos pelo BNDES para crédito dentro do Plano Mais Produção contarão com taxas
subsidiadas. E, mesmo assim, praticamente não haverá equalização do Tesouro
Nacional junto ao banco.
Segundo
o BNDES, do total dos R$ 300 bilhões previstos, a maior parte (R$ 193 bilhões),
vai lastrear operações de exportações e para aumento de produtividade com taxas
de mercado.
As
taxas "subsidiadas" ficarão restritas a operações realizadas com
recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), Fust e Funtell (fundos
setoriais das telecomunicações) e do Fundo Clima.
Serão R$ 58 bilhões e a taxa a ser usada nessas operações será a TR (Taxa
Referencial) —cerca de 2% ao ano.
Do
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) sairão
outros R$ 20 bilhões para inovação também indexados pela TR.
"Não
há um centavo de dinheiro do Tesouro no BNDES", disse José Luis Gordon,
diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES.
Segundo
o executivo, houve uma arranjo com os fundos que respondem pelo funding
(empréstimos dos recursos) que exigem uma remuneração pelo empréstimo ao banco.
"No
caso do FAT, até 1,5% usado do saldo, o BNDES vai pagar juros de TR, algo em
torno de R$ 5 bilhões por ano", disse Gordon.
O
subsídio direto do Tesouro só ocorrerá nas operações que já estavam previstas
para compra de máquinas e equipamentos do Plano Safra, algo inexpressivo perto
do total.
Nas
taxas mais baixas aprovadas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para o uso
dos recursos do Fundo Clima, a remuneração será realizada por meio de emissões
de papéis no exterior.
FOLHA DE SÃO PAULO