A inflação mundial está aí e não deve sumir tão
rápido.
Uma tempestade
perfeita se formou nos últimos anos.
Não é um fenômeno
brasileiro apenas. Pegou fogo no mundo todo, tanto em economias emergentes como
no grupo de elite das desenvolvidas.
Nos EUA, anda na casa dos 8,5%; na Inglaterra,
ali pelos 9%. Parece que estamos de volta ao início dos anos 1980.
Seguem daí
quatro perguntas relevantes:
"Vai
passar?" Certamente.
"Rapidamente?"
Cremos que não.
"É um
problema?" Pergunta capciosa, mas pendemos para o não.
"Há
MMTs-incendiários-inflacionistas infiltrados no Por Quê?" Não que
saibamos!
Uma tempestade perfeita se formou nos últimos
anos para arrancar a inflação no mundo desenvolvido de seus monótonos 2% e
arremessá-la violentamente para acima de 6%.
Uma combinação de capacidade de
oferta conturbada e estímulos excessivos, coroada por uma estúpida guerra.
Por que a inflação vai passar?
Porque, em todo o mundo, estão sendo tomadas
ações para derrotá-la.
As políticas monetária e fiscal, que com a chegada da
praga em 2020 foram colocadas em modo expansionista nível máximo (esses sim
nunca antes vistos na história das repúblicas), estão sendo revertidas à normalidade.
Déficits fiscais monstruosos de 10% a 15% vistos
poucos trimestres atrás estão indo para a casa do zero em diversos lugares do
mundo e os juros estão subindo, o que vai constranger o consumo.
Mas, como brasileiros, somos gatos escaldados
e, portanto, sabemos bem que inflação descontrolada não é solução para nada.
A
discussão é se faz sentido ou não forçar sua queda a uma velocidade muito
rápida. Cremos que não, mesmo sendo ortodoxos.
FOLHA DE SÃO PAULO