9º ENCONT


9º Encont celebra conquistas e aponta para o futuro

Evento valoriza controles internos, gestão de riscos e sintonia entre atuária e contabilidade  -  “O mercado financeiro e de capitais é de risco. Mas tem um que é particularmente difícil de mitigar: o de imagem. 

E se mitiga isso através da fidelização dos participantes e patrocinadores. Chama-se a isso de credibilidade". 

O comentário é de Dionísio Jorge da Silva, Vice - Presidente da ANCEP e moderador do painel que, na manhã da última sexta-feira (22), segundo dia do 9º  ENCONT -  Encontro Nacional dos Contabilistas das EFPCS,  deixou muito clara a importância da gestão de riscos como ferramenta central para proteger a integridade do sistema.

No evento, promovido pela ABRAPP e ANCEP, Dionísio disse ser fundamental que as entidades nesse ponto se concentrem cada vez no desenvolvimento das melhores práticas.

Apresentando o uso de um sistema de integridade robusto para mitigar esses riscos, valorizando ética, treinamento contínuo e uma comunicação clara, Semíramis Rezende Cezar, Diretora-Presidente da Previdência BRB, destacou a importância das entidades terem normativos atualizados. Igualmente relevantgges a seu ver são ter uma gestão de riscos estruturada, monitoramento constante,  ações corretivas para promover melhorias e possuir um time focado e com visão estratégica, com programa de treinamento de comunicação organizado. 

Ajuda muito também ter um canal de  ética independentes,  com uma estrutura de atendimento de relatos por profissionais especializados.

A diferença entre controles internos e gestão de riscos foi apresentada por Renata Coutinho, Diretora de Previdência da Evertec + Sinqia, que colocou o primeiro conceito com foco no presente e,  o segundo,  como uma visão proativa para o futuro. 

Ela ressaltou a importância de simplificar processos, engajar a liderança e antecipar riscos, especialmente frente às mudanças regulatórias, e destacou que erros operacionais são comuns e que controles internos devem ser adaptados para minimizar impactos irreversíveis.

Com uma abordagem mais focada nos riscos operacionais das EFPCs, Francisco Carlos Fernandes, Sócio da PFM Consultoria e Sistemas, notou que " a fraude é intencional, mas também há outros, muito típicos talvez do nosso segmento, como a indisponibilidade de pessoal especializado. 

Estamos trabalhando em um mundo muito técnico, especializado, e às vezes a gente não consegue dispor das pessoas necessárias”, pontuou.

Já o painel "“Gestão Atuarial: Aspectos Atuariais dos Planos de Benefícios”, teve como moderador o  Superintendente- Geral da Abrapp, Devanir Silva, que sublinhou a necessidade de um trabalho integrado e em sintonia entre os atuários e a contabilidade das entidades. 

Christian Catunda, Coordenador de Assuntos Atuariais da Previc, enfatizou a própria gestão dos riscos como um dos pilares. 

“A entidade deve ter uma estrutura, um conjunto de políticas, procedimentos, pessoas e sistemas para enfrentar o risco atuarial”, disse. 

O outro enfoque é a própria avaliação atuarial, o dimensionamento das provisões matemáticas. 

E por fim, os diversos documentos atuariais, exigidos pelo órgão fiscalizador e que tem um reflexo imediato nas demonstrações contábeis. “Todos os documentos que você produz no escritório têm reflexo no balanço. Então, é importante que os contabilistas conheçam bem esses documentos”, pontuou. 

Por sua vez,  Thiago Fialho de Souza, Sócio-Diretor Técnico de Previdência da Rodarte, chamou a atenção para  provisões mal dimensionadas, que podem gerar falsos déficits e superávits. 

Ele defendeu a automação de processos para maior precisão na gestão,  para dessa forma se tentar garantir maior segurança do pagamento dos benefícios previdenciários contratados. 

Túlio Maia, Consultor Sênior da Mirador, destacou diferenças fundamentais entre os planos de Benefício Definido (BD) e Contribuição Definida (CD) e a visão distinta que é preciso ter para cada um eles no que diz respeito a risco.

No painel “Atualização das Normas das EFPC”,  Cláudia Asthon, Coordenadora-Geral de Orientação de Contabilidade da Previc e moderadora, mencionou como diferentes resoluções foram ajustadas ou estão em avaliação para garantir a compatibilidade e operacionalização de normas publicadas recentemente, como as Resoluções do CNPC nº 49, sobre retirada de patrocínio, e nº 60, sobre inscrição automática.

No momento, o MPS está trabalhando na atualização da Resolução CNPC nº 48, que trata do custeio administrativo, e a Previc na Resolução CNPC nº 43, sobre os procedimentos contábeis e avaliação de títulos, especialmente no que se refere à questão da marcação de títulos.

“O objetivo é ampliar a prática de marcação na curva para maior precisão e uniformidade na contabilidade das entidades”, disse.

Os ajustes pontuais na planificação contábil, especialmente no detalhamento de contas, também visam padronizar os procedimentos adotados pelas entidades e têm previsão de vigência a partir de janeiro de 2025. 

Já a revisão do Decreto nº 4.942/2003 já foi encaminhada para a Casa Civil para ser aprovada, mas ainda sem previsão de edição, reiterou Ashton.

 



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