Aumento do ritmo de corte da
Selic volta ao radar do mercado
Economistas
esperam que Copom reduza Selic em 0,5 ponto, a 11,75%, na última reunião do ano
A
possibilidade de o Banco Central acelerar o ritmo de corte
de juros em 2024 voltou ao radar dos
economistas com a redução dos riscos externos, o câmbio mais favorável e a
perspectiva de queda das projeções de inflação para os anos seguintes.
Para
o último encontro do ano, na quarta-feira (13), há consenso de que o Copom (Comitê de Política Monetária) fará
um novo corte de juros de 0,5 ponto porcentual, levando a taxa básica (a Selic) para 11,75% ao ano.
A
expectativa é que a decisão venha acompanhada de uma mensagem branda no
comunicado.
Economistas
ouvidos pela Folha estimam que o alívio registrado no ambiente
internacional desde a última reunião, em novembro, dê mais conforto para o BC
seguir sua estratégia pela quarta reunião consecutiva.
Andrea
Damico, economista-chefe da Armor Capital, destaca que os juros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os
chamados Treasuries, cederam significativamente e que se consolidou uma visão
do comportamento mais benigno da inflação global.
Esse
cenário colaborou para a apreciação cambial —o dólar encerrou as negociações na sexta-feira (8) cotado a
R$ 4,929, ante R$ 5 no cenário de referência do Copom na última
reunião.
Como a taxa de câmbio impacta diretamente o modelo usado pelo
BC, as projeções de inflação para 2024 e 2025 devem vir mais baixas.
Nos
cálculos de Damico, o índice deve recuar em torno de 0,1 e 0,2 ponto
porcentual. Na última reunião, as estimativas do Copom situavam-se em 3,6% em
2024 e 3,2% em 2025.
Segundo
o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo) registrou desaceleração a 0,24% em outubro.
Com
isso, ficou em 4,82% no acumulado de 12 meses —próxima do teto da meta (4,75%).
O dado de novembro será divulgado nesta terça (12), dia da primeira sessão do
Copom.
FOLHA DE SÃO PAULO