HOME-OFFICE


Pesquisa aponta que afazeres doméstico dificultam home office para 64,5% das mulheres.

Pesquisa Datafolha para banco C6 sobre trabalho na pandemia mostra ainda que 40% tiveram o sustento da casa em risco.

No contexto da pandemia, quando o assunto são finanças, vida profissional e cuidados com a casa e com a família, as mulheres brasileiras estão mais estressadas e ansiosas que os homens, como aponta pesquisa inédita do Datafolha.

Isso porque, além das crises sanitária, financeira e de trabalho, a pandemia da Covid-19 embaralhou fronteiras entre vida pessoal e profissional, deflagrando uma crise do cuidado.

De acordo com a pesquisa, encomendada pelo C6 Bank, 57% das mulheres que passaram a trabalhar em regime de home office disseram ter acumulado a maior parte dos cuidados com a casa. Entre os homens, este percentual é de 21%.

Outra pesquisa, realizada pela Gênero e Número em parceria com a Sempreviva Organização Feminista (SOF) a partir de dados coletados com 2.641 mulheres de todo o país, apontou para uma maioria absoluta que teve aumento da demanda de preparar ou servir alimentos (80,5%), lavar louça (81%) e limpar a casa (81%).

A demanda por cuidado, no entanto, extrapola a questão doméstica. 

De acordo com a pesquisa, intitulada "Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia", 50% das mulheres passaram a apoiar ou a se responsabilizar pelo cuidado com outra pessoa, seja ela um familiar (80,6%), um amigo (24%) ou um vizinho (11%). 

Entre mulheres negras, este percentual é de 53%, enquanto, entre brancas, é de 46%.

"O cuidado está no centro da dinâmica da sociedade e das famílias, e vínhamos terceirizando esse serviço", explica Giulliana Bianconi, diretora da Gênero e Número, uma organização que atua na produção e análise de dados para o debate de direitos e gênero. 

"Este é um momento de reflexão sobre isso porque ficou clara a total incapacidade das instituições de darem suporte neste contexto, abrindo uma crise do cuidado."

Dentre as mulheres que exerciam atividades de cuidado com idosos, por exemplo, 72% viram a demanda aumentar ou aumentar muito depois do início da pandemia. 

E 77% das que já cuidavam de crianças menores de 12 anos também viram a intensidade desta atividade aumentar com a pandemia.



FOLHA DE SÃO PAULO
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