O
secretário de Previdência, Marcelo Caetano, afirmou nesta segunda-feira (20)
que o questionamento da proposta de reforma da Previdência na Justiça é
"normal".
Na semana
passada, um grupo de 28 deputados federais foi ao STF (Supremo Tribunal
Federal) para pedir a suspensão da tramitação da PEC (Proposta de Emenda à
Constituição).
Os
parlamentares argumentam que a proposta foi enviada pelo Executivo à Câmara sem
que estivesse acompanhada de estudo atuarial prévio para atestar a necessidade
de mudanças na legislação.
"Outras
reformas também passaram por processo de questionamento judicial. É normal que
isso aconteça. Quando propomos [uma reforma], temos que nos antecipar a
isso", afirmou Caetano.
O
secretário de Previdência participou de um seminário da FGV (Fundação Getulio
Vargas), no Rio, nesta segunda. Na abertura do evento, o diretor da FGV Direito
Rio, Joaquim Falcão, declarou que "vai tudo acabar no Supremo", ao
comentar a reforma da Previdência.
"Parar
tudo no Supremo, não, mas judicialização é normal de acontecer. Já tem medidas
nesse estilo e temos respondido. A gente julga que não venha ocorrer problema
decorrente disso", afirmou Caetano, ao deixar o evento.
MUDANÇAS
No
momento em que o Congresso Nacional começa a debater alterações à proposta de
reforma previdenciária, Caetano afirmou que o adiamento da discussão ou alterações
que amenizem as mudanças propostas podem resultar na necessidade de fazer uma
nova reforma em breve.
"A
reforma não pode ser muito mais prorrogada. [...] Se a gente prorrogar um
pouco, arrefecer um pouco mais ou menos em relação ao que se propõe, muito
provavelmente outras proposta virão em um futuro recente", afirmou,
durante seminário a economistas e advogados.
A
comissão especial que discute o assunto na Câmara iniciou na semana passada as
audiências públicas sobre a proposta. O relator do texto, deputado Arthur
Oliveira Maia (PPS-BA) pretende apresentar o parecer na segunda quinzena de
março.
Parlamentares
da oposição e da base do governo falam em mudanças na proposta do governo
Michel Temer. Deputados do PSDB já chegaram a apresentar uma emenda que acaba
com as mudanças propostas pelo governo para o BPC (Benefício de Prestação
Continuada), benefício assistencial pago a idosos e pessoas com deficiência com
renda familiar per capita inferior a 25% do salário mínimo.
Caetano tem evitado comentar possíveis mudanças.
"O governo pretende se manter o mais fiel possível à proposta original.
[...] O Congresso é soberano tanto no que diz respeito à velocidade da
tramitação quanto ao que fica mantido ou não", disse.
UOL