MUNDO CORPORATIVO


Trabalho híbrido reúne o pior dos mundos: videochamadas no escritório.

Poucos funcionários acham que volta do home office é suave, mostra pesquisa nos EUA.

Durante meses a pista de minigolfe ficou abandonada. 

As poltronas "sacos" estavam vazias. 

O quadro-branco da cozinha, acima de onde costumava ficar o barril, exibia em tinta desbotada "chopes", de uma happy hour de março de 2020.

Mas num dia de semana recente havia um sinal de vida na área comum: begals frescos.

Conforme os funcionários da startup de tecnologia financeira CommonBond eram vacinados contra Covid e enlouqueciam em seus apartamentos, eles começaram a voltar para o escritório.


A certa altura, o outono foi anunciado em toda a América corporativa como a Grande Reabertura dos Escritórios. Mas surgiu a variante delta e os planos de retorno obrigatório ao escritório tornaram-se opcionais.

Ainda assim, muitas pessoas optaram por se reportar a suas mesas: a porcentagem de pessoas empregadas que trabalharam remotamente em algum momento durante o mês por causa da Covid, que atingiu o pico em maio de 2020, com 35%, caiu em outubro para 11%, o ponto mais baixo desde o início da pandemia, de acordo com o Departamento de Estatísticas do Trabalho.

Um olhar mais atento para a força de trabalho em Nova York, a partir de uma pesquisa de novembro com 188 grandes empregadores, mostrou que 8% dos funcionários de escritórios de Manhattan voltaram aos locais de trabalho em tempo integral, 54% estão totalmente remotos e todos os outros —quase 40%— são híbridos.

Poucos estão achando que é um período de transição suave. 

Algumas empresas usaram suas datas provisórias de volta ao escritório como uma desculpa involuntária para evitar perguntas sobre como equilibrar as necessidades dos funcionários remotos e presenciais, segundo Edward Sullivan, que é coach de executivos. 

Isso resultou em um meio termo piegas: videochamadas em que os trabalhadores remotos têm problemas para escutar, uma sensação de que as pessoas em casa estão perdendo vantagens (colegas de trabalho) e as do escritório também (pijamas). E o que está em jogo não é apenas quem está sendo falado nas reuniões. 

É se a flexibilidade é sustentável, mesmo com todos os benefícios que ela oferece.



NEW YORK TIMES
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