Os prêmios de planos
individuais subiram 382% entre os anos 2000 e 2018, enquanto a inflação no
período foi de 208%, segundo dados de nota técnica do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea). O estudo abrangeu apenas os planos individuais,
cujos usuários representam cerca de 20% do total.
Não há dúvida de
que os aumentos acima da inflação tornam os planos cada vez menos acessíveis a
uma população que já sente os efeitos da renda estagnada nota o jornal. A
crise econômica fez com que mais de 3 milhões de brasileiros deixassem de ter
plano de saúde entre 2014 e 2018. Os cerca de 47 milhões que continuam a pagar
pelo benefício se veem às voltas com um problema antigo —as mensalidades cada
vez mais caras.
As empresas e os
planos de autogestão enfrentam um cenário de envelhecimento da população,
aumento da incidência de doenças crônicas, incorporação de novas tecnologias e
ampliação do rol de coberturas obrigatórias, fatores que resultam em uma
escalada dos custos da saúde no sistema como um todo. Por outro lado, nem elas
nem a Agência Nacional de Saúde Suplmentar (ANS) tiveram sucesso, nos últimos
anos, em montar estratégias para reduzir esses custos.
Diante disso, o
jornal defende providências como mudanças na remuneração dos planos a
médicos e hospitais (com compensação calculada por resultados ou por desfechos,
em vez de por serviços utilizados, por exemplo); ênfase em medicina preventiva;
e acompanhamento mais eficaz de doentes crônicos.
O ESTADO DE SÃO PAULO