Bolsonaro eleva tributo sobre bancos para custear
renegociação de dívidas do Simples Nacional
Decreto
presidencial também corta benefício tributário a fabricantes de refrigerantes
da Zona Franca de Manaus
O presidente Jair Bolsonaro (PL) editou nesta
quinta-feira (28) uma MP (medida provisória) que eleva a tributação sobre bancos e instituições
financeiras para custear a abertura do programa de renegociação de dívidas de empresas do
Simples Nacional.
Como mostrou
a Folha, a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) dos
bancos subirá de 20% para 21% até o fim deste ano. Já a
alíquota das demais instituições financeiras passará de 15% para 16%.
A medida foi
publicada em edição extra do Diário Oficial da União e, antes mesmo da
publicação, já vinha sendo criticada pelos bancos por ampliar a carga
tributária sobre essas instituições em um momento de elevação da taxa de juros
e encarecimento do crédito.
A MP tem vigência imediata, mas o aumento do
tributo só terá efeito daqui 90 dias, devido à chamada noventena (antecedência
mínima para uma elevação desse tipo de contribuição).
As elevações de
tributos são necessárias para compensar uma renúncia de cerca de R$ 500 milhões
com o Relp (Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do
Simples Nacional), como ficou conhecido o Refis focado nos pequenos negócios.
A lei foi
promulgada em 17 de março, após o Congresso Nacional derrubar um veto de
Bolsonaro à medida.
O veto foi necessário justamente porque o programa havia
sido aprovado sem previsão de renúncia no Orçamento ou de medida compensatória.
FOLHA DE SÃO PAULO