Petrobras demite executivo por venda de ações antes
de divulgação de balanço
Segundo estatal,
gerente de RH descumpriu políticas internas sobre negociações em Bolsa
A Petrobras
anunciou nesta segunda (29) a demissão do gerente executivo de Recursos
Humanos, Cláudio Costa, por descumprir proibição de negociar ações da empresa
em um período de 15 dias antes da divulgação das demonstrações financeiras.
Durante o dia, Costa
foi denunciado por sindicatos de ter feito uso de informação privilegiada em
operações no mercado financeiro, mas a Petrobras se recusava a informar o
motivo da demissão.
Em comunicado enviado no início da tarde à Folha,
disse apenas que ele havia sido demitido e "não houve justa causa".
À noite, porém, a
empresa divulgou novo comunicado revelando a razão de seu desligamento.
O texto
não fala sobre as acusações, afirmando apenas que ele atuou, "em episódio
pontual", em desacordo com política interna de divulgação de fato
relevante e negociação de valores mobiliários.
Segundo a estatal,
essa política "veda a negociação de valores mobiliários de emissão da
Petrobras por pessoas vinculadas nos 15 dias que antecedem a divulgação das
demonstrações financeiras da companhia".
O balanço foi
divulgado no dia 24 de fevereiro, cinco dias depois do anúncio da troca de comando na estatal, que levou a
companhia a perder R$ 102,5 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias.
A
estatal não informou se a venda foi feita antes ou depois da queda das ações.
Costa será
substituído de forma interina pelo chefe de gabinete da presidência da
Petrobras, Pedro Brancante, até a escolha de um novo executivo para a área, o
que deve ocorrer apenas depois da posse do general Joaquim Silva e Luna,
indicado por Bolsonaro para substituir Castello Branco.
A nomeação será
discutida em assembleia de acionistas da estatal no próximo dia 12 de abril.
FOLHA DE SÃO PAULO