Com crise hídrica,
governo criou nova bandeira tarifária para cobrir gastos com termelétricas.
O Brasil passa por
uma crise hídrica histórica. Os reservatórios das usinas hidrelétricas estão no nível mais baixo em 91 anos, e o
governo tem acionado termelétricas pra compensar a queda na produção —uma
solução mais poluente e muito mais cara.
Com isso, a Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) anunciou uma nova bandeira tarifária para cobrir os
custos, que deve aumentar em cerca de 7% o preço da conta de
luz.
O ministro de Minas
e Energia, Bento Albuquerque, pediu em rede nacional que a população economize
energia, uma estratégia para evitar um racionamento —medida que o
governo evita para não prejudicar as chances de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Na
TV, o ministro pediu um esforço para apagar luzes, passar menos roupa e tomar
banhos mais rápidos.
Preocupação é com
agravamento da crise hídrica, que prejudicaria recuperação e pressionaria mais
a inflação.
O quadro de
estagflação (combinação de fraqueza econômica e preços em alta)
para a economia brasileira não pode ser descartado, na avaliação de economistas,
sobretudo caso não volte a chover no quarto trimestre do ano e se mantenha a
pressão sobre os preços da energia.
Nesta quarta-feira
(1°), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
apontou uma queda de 0,1% no PIB do segundo trimestre,
frustrando as expectativas do Ministério da Economia.
Analistas consultados
pela agência Bloomberg estimavam crescimento de 0,2% ante o trimestre anterior.
O desempenho da
economia no trimestre vem do resultado negativo da agropecuária (-2,8%) e da
indústria (-0,2%).
Por outro lado, os serviços avançaram 0,7% no período,
segundo a instituição.
FOLHA DE SÃO PAULO