Perspectiva de alta nos juros e defesa do teto de
gastos leva dólar a cair mais de 3%.
Eletrobras despenca
com saída de presidente para a BR Distribuidora, que disparou quase 10%.
A perspectiva de
juros mais altos e a redução na percepção de risco fiscal levaram o dólar a
derreter nesta terça-feira (26). A moeda caiu 3,37%, para R$ 5,3230.
O dólar
turismo foi para R$ 5,487.
O real foi a moeda
que mais se valorizou na sessão, positiva para as moedas emergentes em geral.
Investidores
repercutiram a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do
Banco Central.
Segundo o documento, alguns membros do comitê consideraram subir
a taxa básica de juros (Selic) imediatamente, diante do risco inflacionário.
A
maioria, no entanto, decidiu manter a Selic a 2% ao ano e esperar a publicação
de novos indicadores econômicos antes de definir os próximos passos.
Alguns analistas já
esperam um aumento de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, em março, e
projetam uma Selic ao redor de 4% no fim do ano.
Com a Selic no
atual patamar, dólares deixam o país pelo carry trade, prática de investimento
em que o ganho está na diferença do câmbio e do juros.
Nela, o investidor toma
dinheiro a uma taxa de juros menor em um país, para aplicá-lo em outro, com
outra moeda, onde o juro é maior.
Caso o juro suba
futuramente, em um cenário de juro próximo de zero nos EUA e na Europa, o
Brasil volta ao radar de investidores, que podem trazer dólares, reduzindo a
taxa de câmbio e a inflação no país.
No mercado de juros
futuros, as taxas de longo prazo caíram. Elas são a principal referência para o
custo de empréstimos que são liberados atualmente, mas cuja quitação ocorrerá
no futuro.
FOLHA DE SÃO PAULO