Confira
a medida certa que coloca em equilíbrio as finanças do presente e do futuro
A
preparação para o futuro é um processo complexo e cheio de incertezas. São
tantas as preocupações que requerem nossa ação imediata que as relativas a um
objetivo distante acabam ficando de lado, mesmo que sejam de grande relevância.
Como despertar nas pessoas o senso de urgência sobre algo que nos parece
importante, mas não tão urgente? Foi com esse intuito que Martin Iglesias,
planejador financeiro certificado que atua no Itaú, desenvolveu a metodologia
1-3-6-9.
Mesmo quando cientes da importância e da urgência de poupar para o futuro, e
desejosos de colocar o plano em ação, nós nos deparamos com dúvidas.
Navegamos em direção a um rumo incerto e com pouca noção do caminho a seguir.
Notas de real na Casa da Moeda, no Rio de Janeiro
Martin quis simplificar o processo e responder, de forma
descomplicada, quanto devemos acumular para a aposentadoria, na medida
certa. Estava em busca de uma regra simples, que permitisse à pessoa saber se
está no caminho certo. Assim nasceu a regra do 1-3-6-9.
Os números foram atribuídos às quatro idades consideradas chave na nossa vida financeira e indicam a quantidade de
dinheiro, em renda anual, que deve ser acumulada até cada uma dessas idades.
Para saber quanto devemos acumular, basta multiplicar o número pela renda
anual.
Suponha renda anual estável de R$ 70 mil.
- com 35 anos, teremos acumulado R$ 70 mil,
equivalentes a um ano de salário;
- com 45 anos, R$ 210 mil, três vezes a renda anual;
- com 55 anos, o montante acumulado será de R$ 420
mil, equivalentes a seis salários anuais, e,
- com 65 anos, nove vezes a renda anual nos levam
a um montante de R$ 630 mil.
A
metodologia segue e sugere quanto da renda mensal (em %) deve ser poupado
regularmente, ao longo da vida produtiva, para chegar aos “9”, aos 65 anos.
Ou seja, uma pessoa de 25 anos de idade deveria poupar 10% de sua renda, resultado de sua
idade (25) menos 15.
Se
a pessoa começar um ano mais tarde, deverá poupar 11% da renda (26 - 15 = 11).
Quanto maior a idade, maior será o esforço para chegar aos “nove”.
O 1-3-6-9 não pretende resumir todo o planejamento financeiro a uma regra, mas,
de forma resumida, direcionar e chamar a nossa atenção para a necessidade de
cuidar do futuro.
As premissas são: sobrevivência até os 80 anos; orçamento na aposentadoria, entre 65 e 80
anos, 25% inferior ao da vida ativa; rentabilidade real (acima da inflação) de
3% ao ano; inexistência de pensão do INSS. Se 30% do orçamento for coberto pelo
INSS, o dinheiro dura até os 96 anos.
A regra sugere como equilibrar a distribuição dos recursos financeiros ao longo
da vida, entre o presente e o futuro. Não queremos envelhecer sem dinheiro, nem
deixar de viver a vida, poupando para um futuro que talvez seja mais breve do
que o esperado.
Marcia Dessen - planejadora financeira CFP (“Certified Financial
Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.
Fonte: coluna jornal FSP