Do voto ao Pix, serviços digitais conquistam os
brasileiros.
Ainda
há alguma dificuldade por falta de padronização, mas chegaremos lá.
O sucesso do Pix –que completa dois anos, com 138 milhões de usuários cadastrados—, da urna eletrônica, dos
aplicativos gov.br, SUS, título de eleitor, FGTS, carteira de habilitação, IPVA,
Poupatempo, bancos públicos e privados, dentre outros, demonstram que
consumidores têm forte vínculo com a vida digital.
O caminho obrigatório para
fornecedores de produtos e serviços é desburocratizar as vendas on-line, com
padronização de tamanhos de roupas e calçados, entregas rápidas e melhores
preços.
Nós nos acostumamos a fazer um Pix até para pagar água de coco e milho na praia,
comprar presentes e quitar serviços domésticos.
Quem não comparou o tempo de
apuração de votos na eleição para Câmara, Senado e governadores dos
Estados Unidos, com a recente eleição (Presidência, parte do Senado,
Câmara, governos estaduais e assembleias legislativas) no Brasil?
Por aqui, os
resultados foram divulgados algumas horas depois do fechamento das urnas
eletrônicas. Lá, a contagem manual de votos consumiu cerca de uma semana.
Antes, ninguém pensava em sair de casa sem
documentos, dinheiro, talão de cheques e cartões de crédito e de débito. Hoje,
basta um smartphone com acesso a dados.
A telemedicina também faz parte das recentes
conquistas dos brasileiros. A lei que autorizava o uso deste atendimento médico
remoto foi sancionada em abril de 2020.
Em maio de 2022, o CFM (Conselho Federal de Medicina)
divulgou resolução que definia e regulamentava a telemedicina no Brasil.
Nos últimos
anos, imóveis e veículos automotivos também têm sido vendidos pela Internet, o
que não evita totalmente a necessidade de visitar presencialmente a casa ou
apartamento, e de ir à concessionária ver o automóvel de perto e fazer um test
drive (dirigir o veículo).
Mais recentemente, há uma saudável disputa pela
entrega mais rápida entre os marketplaces (centro comerciais
digitais).
Ainda há alguma
dificuldade, como tenho enfatizado com frequência, na compra de roupas e
acessórios, pela falta de padronização. Mas, certamente, logo chegaremos lá.
MARIA INÊS DOLCI - advogada especializada na área da defesa do consumidor.