Médicos
e consultora em etiqueta indicam como encarar situações que incluem elevador
lotado e loja com atendente sem máscara.
ELEVADORES
No elevador, como proceder?
A consultora em etiqueta social Denise Farah e o
infectologista do hospital Beneficência Portuguesa João Prats dizem que o mais
importante, hoje, é que todos estejam de máscara e mantenham a distância.
Prats lembra que, se, mesmo assim,
um dos presentes não se sentir à vontade, não é errado sair e aguardar o
elevador vazio. “Temos que ter postura e perguntar ‘você não pode esperar?’.
Somos latinos e costumamos sermos
bruscos em algumas situações, temos que aprender a falar, não adianta achar que
a pessoa vai subentender que você não a quer ali”, acrescenta Neves.
FUMAR
O
uso da máscara complica o hábito de fumar. O infectologista João Prats diz que
o mais correto é, antes de tocar na máscara, lavar as mãos, se afastar ao
máximo de outras pessoas e só aí fumar. Depois de recolocar a máscara, é
preciso lavar novamente as mãos.
RESTAURANTES
E MÁSCARAS
Num
restaurante, naturalmente, devemos tirar a máscara para comer, mas onde
deixá-la? O infectologista João Prats diz que é sempre bom ter um lugar para
guardar a máscara, seja numa bolsa ou mochila. Mas, o importante é pensar em
duas divisórias (ou saquinhos) para o equipamento; máscaras limpas devem ficar
separadas daquelas já usadas.
BEIJOS E
ABRAÇOS
A
consultora de etiqueta social Denise Farah define aqueles que insistem em dar
beijos e abraços como pessoas sem “sensibilidade e respeito”. Ela sugere
alertar: "Olha, por enquanto, temos que manter a distância”.
O
infectologista João Prats afirma que o melhor é não envolver o toque físico.
Mas, se for para tocar, a forma mais é segura é o cumprimento de cotovelos.
AMIGOS EM
CASA
Aglomerar
muitas pessoas em casa não é recomendado. Por isso, após a quarentena, quem quiser encontrar
amigos, deve optar por ambientes arejados, sem ar-condicionado e com as janelas
abertas.
E
ao entrar em casa, preciso tirar os sapatos? Prats diz que não necessariamente.
“Trata-se de uma prática para não sujar a casa, mas não é uma medida no combate
do coronavírus, pois não são comuns as infecções pela sola do pé”, explica ele,
afirmando que o chão do banheiro costuma ter menos bactérias do que a torneira.
Denise
Farah lembra que é sempre bom pedir a eventuais visitantes que lavem as mãos ao
chegarem —de preferência, com sabonete líquido, e não em barra.
FILAS
Apesar
da sinalização no chão, é comum observar o descumprimento do distanciamento
entre pessoas nas filas de supermercados. A médica Maura Neves sugere que as
pessoas sejam diretas.
“A
partir do momento que você falar, você transfere o constrangimento para quem
está muito perto de você. Eu digo ‘você pode dar um passo?’ ou então ‘desculpa,
será que você poderia dar um passinho e respeitar o distanciamento?’”.
Denise
Farah sugere que quem não se sinta à vontade para abordar a questão com a
pessoa ao lado procure o gerente do estabelecimento para alertar sobre o
distanciamento social.
ACADEMIA
Nos
prédios residenciais com academia, é recomendável que o condomínio tenha regras
específicas, evitando que pessoas que não moram num mesmo apartamento usem o
local simultaneamente.
João
Prats afirma, porém, que há muitas variantes. Por exemplo, em uma academia
maior, é possível que mais pessoas utilizem o espaço ao mesmo tempo, contanto
que todos consigam manter a distância necessária e que higienizem todos os
materiais usados.
COMÉRCIO E
RESTAURANTES
Os
médicos Maura Neves e João Prats concordam que, caso um cliente entre em uma
loja em que atendente esteja sem máscara, é possível pedir que ele use o
equipamento de proteção.
Denise
Farah dá dicas de abordagem, evitando um tom de advertência. “Uma boa saída é
começar abordando com perguntas do tipo ‘ué, mas você não tá usando luva?’. Ao
questionar, a pessoa vai te explicando, e esse pode ser um caminho para você
sugerir o uso.”
ETIQUETA
RESPIRATÓRIA
A
etiqueta respiratória é um conjunto de sugestões médicas que tratam de questões
de higiene relacionadas à tosse e ao espirro. As medidas podem parecer óbvias,
mas ajudam na redução da proliferação de doenças.
A
médica Maura Neves diz, por exemplo, que é preciso proteger o nariz e boca com
outra parte do corpo que não seja a mão —como o braço— ou utilizar lenço
descartável.
Outra
medida é, aos primeiros sintomas de gripe, usar máscara ao frequentar ambientes
com muitas pessoas, mesmo após a pandemia. “É tudo uma questão de
habituação de comportamento e higiene que temos sempre que relembrar”, afirma
ela.
Fonte:
Isabella Menon, jornal FSP | 31/08/20