Os fundos de pensão do Brasil tiveram um dos mais fracos
desempenhos entre fundos de mais de 50 países em 2014, segundo dados
preliminares compilados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). Os ativos acumulados de fundos de pensão brasileiros
alcançaram R$ 665,3 bilhões em dezembro (cerca de US$ 250,5 bilhões na
época).
O volume cresceu 3,2% em reais, mas caiu em relação ao peso na
economia. É agora equivalente a 12% do PIB, numa diminuição de 1,3 ponto
percentual entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014. Foi o segundo maior
declínio no ano, só superado pela baixa de 3,6 pontos percentuais dos fundos do
Reino Unido, onde os investimentos desse segmento equivalem agora a 96% do
PIB.
Em termos de retorno sobre os investimentos, os fundos de pensão
brasileiros só tiveram ganho real de 0,5%, em média, comparado a 23,4% na
Holanda, 19,1% na Índia, 16,8% no Paquistão, 8,1% no Chile, 6,5% na Colômbia
e 4,7% no México. Pior desempenho financeiro só foi registrado no
Malawi, com ganho de 0,3%, e nos três países que sofreram perdas:
Hong Kong (3,2%), Rússia (2,4%) e Armênia (1,7%).
Conforme a OCDE, a inflação alta na Rússia (6,3%) e na
Armênia (4,6%) afetou o desempenho real nesses países. Em Hong Kong, houve
combinação de inflação (4,8%) e fraco desempenho das bolsas de valores na
Ásia. Mais de um terço dos fundos de países desenvolvidos selecionados na
pesquisa teve retorno real acima de 5%, na média ponderada. Só que o
ambiente de juro baixo pode complicar o resultado dos planos de fundos de
pensão, alerta a OCDE.
Os ativos de fundos de pensão dos países membros da OCDE, ditos
desenvolvidos, superaram os US$ 25 trilhões em 2014. Os fundos de EUA,
Reino Unido, Austrália, Canadá e Holanda representam juntos US$ 21,7 tril hões,
ou mais de 85% do total. No ano, os ativos das instituições de Turquia,
Coreia do Sul, Estônia e Luxemburgo cresceram mais de 20%. Já na Polônia,
houve queda acima de 50%, por causa do fim de fundos obrigatórios e transferência
de títulos soberanos detidos por fundos abertos para o sistema de seguridade
social. Entre os 23 países em desenvolvimento selecionados pela OCDE, o
total dos ativos acumulados pelos fundos de pensão alcança US$ 612,3
bilhões sendo 40,85% de fundos brasileiros.
Em quase todos os países listados, ações e títulos de dívida
(bônus) continuam a ser os principais investimentos dos fundos de pensão.
Na Austrália, Polônia, Hong Kong, Kosovo e Malawi mais da metade dos portfólios
estão em ações. Também fundos dos EUA investiram forte em ações (49,3%).
No Brasil, os fundos aplicam mais de 60% em títulos de dívida.
Fonte:
site da Assistants